domingo, 28 de dezembro de 2008

A ARVORE


Segundo a Bíblia, a Árvore da Vida é uma das duas árvores especiais que Deus colocou no centro do jardim chamado Éden. A outra é a "Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal", de cujo fruto, Eva, e depois Adão, acabaram por comer por influência de uma serpente.

Os pormenores sobre esta árvore são muito escassos no texto bíblico. Refere-se apenas a sua localização central no Jardim do Éden e que o primeiro casal humano foi impedido de alcançar esta árvore após terem desobedecido ao mandamento divino. Foram assim expulsos desse jardim ou paraíso original. Como forma de impedir que, tanto Adão e Eva, como provavelmente a sua descendência voltassem a entrar no Jardim, e consequentemente tomarem dos frutos da Árvore da Vida, a Bíblia refere que Deus colocou criaturas sobre-humanas, designadas por querubins, que possuíam uma espada de fogo que se revolvia continuamente.

Segundo o relato bíblico, esta árvore já havia sido colocada no jardim antes da criação do primeiro homem, Adão. Muitos comentaristas afirmam que esta árvore não possuiria qualidades intrinsecamente vitalizadoras nos seus frutos, mas seria um símbolo representativo da garantia de vida eterna, da parte de Deus, para aqueles a quem Ele permitisse comer do fruto dela. Visto que Deus colocou essa árvore ali, crê-se que o objectivo seria permitir a Adão que comesse do seu fruto, talvez após ficar provada a sua fidelidade ao ponto que Deus julgasse satisfatório e suficiente. Quando Adão desobedeceu, foi-lhe cortada a oportunidade de comer daquela árvore, impedindo-o a ele e à sua descendência de alcançar a vida eterna.

Génesis 2:9
"Jeová Deus fez assim brotar do solo toda árvore de aspecto desejável e boa para alimento, e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau." - NM - Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, (1986)
Génesis 3:22-24
"Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida." - Almeida, Versão Corrigida e Fiel.

Apesar de não terem associação com esta árvore do Jardim do Éden, existem outras referências simbólicas a árvores frutíferas, de folhas curativas, mencionadas nas visões registadas por Ezequiel e por João, em Ezequiel 47:7, 12 e Revelação 22:2, 14. No livro de Provérbios surge a expressão "árvore de vida" associada com a verdadeira sabedoria, com os frutos do justo, com a realização de uma coisa desejada, e com a calma da língua (Provérbios 3:18; 11:30; 13:12; 15:4).


Diversos povos antigos possuem histórias mitológicas que fazem recordar a descrição bíblica de um paraíso terrestre original, o Jardim do Éden. Inscrições em argila, selos cilíndricos, folhas de papiro, monumentos, e outras evidências similares, foram descobertos contendo os conceitos religiosos de povos que, embora vivessem em locais geográficos distintos e possuíssem crenças divergentes, ainda assim possuíam lendas de um Éden. Sobre este assunto, o arqueólogo Sir Charles Marston, no seu livro The Bible Comes Alive (A Bíblia Ganha Vida) observa:

"Ao examinar os antigos escritos cuneiformes, alguns anteriores a Abraão, e os selos gravados e esculturas em pedra de Babilónia, Assíria e de outras civilizações primitivas, revela-se-nos notável inclinação da evidência. Até mesmo da proporção comparativamente pequena dessas relíquias de um passado remoto que chegam a nossa atenção, derivamos a impressão de que as histórias da Criação, da Tentação e da Queda do Homem [...] conforme descritas no Génesis, eram então assunto de conhecimento actual. E que, talvez num ambiente politeísta, eram ensinadas nas escolas de Ur dos Caldeus."


Babilónia
Alguns escritos religiosos da antiga Caldeia afirmam que:

"Próximo de Eridu havia um jardim em que havia misteriosa Árvore Sagrada, uma Árvore da Vida, plantada pelos deuses, cujas raízes eram profundas, ao passo que seus ramos atingiam o céu, protegido por espíritos guardiões, e sem nenhum homem entrar."
John Elder, no seu livro Prophets, Idols and Diggers (Profetas, Ídolos e Escavadores), comenta:

"Na antiga literatura babilónica há frequentes referências à Árvore da Vida, tal como mencionada em Génesis 2:9. Representações da árvore são frequentes em baixos-relevos e selos de alabastro. Seus frutos supostamente conferiam vida eterna aos que comessem deles. Certa impressão em um selo cilíndrico entre as encontradas parece ser gravura da tentação e da Árvore da Vida."
Assíria
As memórias assírias de um Éden não eram muito diferentes das de Babilónia. Entre estas destaca-se uma "árvore sagrada" ou "árvore da vida". Uma árvore sagrada guardada por duas criaturas aladas aparece com frequência nas esculturas encontradas nos seus palácios. Em alguns casos, as criaturas aladas são meio animais e meio humanas. Estas representações míticas são talvez lembranças da referência bíblica à existência de querubins "para guardar o caminho para a árvore da vida", em Génesis 3:24.

EGITO

Os antigos egípcios, também possuíam lendas similares sendo que numa delas se apresentava a crença de que, depois do Faraó morrer, havia uma árvore da vida da qual teria de comer para se sustentar no domínio do seu pai, Rá.

Outros povos
Há muitas outras raças cujas crenças e mitologias se acham entremeadas com características semelhantes ao Éden bíblico. O livro The Migration of Symbols (A Emigração de Símbolos), de G. d’Alviella, possui um capítulo, com mais de cinquenta páginas, devotado aos simbolismos e à mitologia associados com árvores sagradas. O texto e as suas numerosas ilustrações fornecem indícios de reflexos da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal nas crenças dos fenícios, sírios, persas, gregos, sicilianos, maias, aztecas, javaneses, japoneses, chineses e indianos.

Por exemplo, menciona-se nesse capítulo "que os persas possuíam uma tradição duma Árvore da Vida, a haoma, cuja resina conferia a imortalidade". Também "que a crença numa Árvore da Vida existia entre os chineses. As tradições mencionam sete árvores maravilhosas. [...] Uma delas, que era de jade, conferia a imortalidade pelo seu fruto". Relata ainda que a mitologia escandinava menciona uma árvore sagrada chamada Yggdrasill, sob uma das raízes da qual se dizia manar uma fonte em que residiam todo o conhecimento e toda a sabedoria. Outra lenda fala duma deusa que guardava numa caixa as Maçãs da Imortalidade, das quais os deuses partilhavam a fim de renovar sua juventude.

Quanto à mitologia grega, o livro Manual of Mithology, de A. S. Murray, refere na página 173:

"Acreditava-se que os Jardins das Hesperides, com as maçãs de ouro, existiam numa ilha do oceano [...] Eram muito famosos na antiguidade; pois era lá que fluíam as fontes de néctar, pelo divã de Zeus, e ali que a terra exibia as mais raras bênçãos dos deuses; era outro Éden"
Muitos dos nativos de Papua, no Pacífico, crêem numa árvore invisível na qual, e ao redor da qual, todos os que levaram vidas boas, antes de morrerem, vivem eternamente, felizes e livres de preocupações.

Harold Bailey, no seu livro The Lost Language of Symbolism, relata sobre as Américas:

"Há um manuscrito mexicano no Museu Britânico em que são representadas duas figuras colhendo os frutos da chamada "Árvore de Nossa Vida". Os maias e outros povos da América Central sempre representaram suas árvores sagradas com dois ramos partindo horizontalmente do alto do tronco, assim apresentando a semelhança duma cruz [...] e os primeiros missionários espanhóis no México verificaram, para sua grande surpresa, que a cruz já se achava em uso ali "como simbolizando uma Árvore da Vida".

ARVORES E SEUS FRUTOS


(Gênesis 2,9)
O Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores, de aspecto agradável, e de frutos bons para comer; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.

(Gênesis 4,3)
Passado algum tempo, ofereceu Caim frutos da terra em oblação ao Senhor.

Levítico 19,23)
Quando entrardes na terra e tiverdes plantado toda sorte de árvores frutíferas considerareis os seus primeiros frutos como incircuncisos; eles o serão durante três anos, e não se comerá deles.

(Levítico 23,40)
No primeiro dia tomareis frutos de árvores formosas, folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e de salgueiros da torrente; e alegrar-vos-eis durante sete dias diante do Senhor, vosso Deus.

(Levítico 26,4)
A terra dará o seu produto e as árvores da terra se carregarão de frutos

(Levítico 27,30)
Todos os dízimos da terra, tomados das sementes do solo ou dos frutos das árvores são propriedade do Senhor: é uma coisa consagrada ao Senhor.

(Deuteronômio 20,19)
Quando sitiares uma cidade durante longo tempo e tiveres de lutar para apoderar-te dela, não cortarás as árvores a golpe de machado; comerás os seus frutos, mas não derrubarás as árvores. A árvore do campo seria porventura um homem para que a ataques?

(I Macabeus 14,8)
Os que cultivavam a terra trabalhavam em paz; o solo dava suas colheitas e as árvores dos campos, seus frutos.

BISQUI


Material necessário
- 2 xícaras (chá) de cola branca
- 2 xícaras (chá) de amido de milho
- 1 colher de sopa de vinagre
- 1 colher de sopa de vaselina
- Creme para as mãos
Passo-a-passo
Faça uma mistura com a a cola, o amido de milho, a vaselina e o vinagre. Mexa bem para formar uma massa. Leve ao forno.

OUTRA RECEITA


Ingredientes:

2 xícaras (de chá) de amido de milho (Maizena)
2 xícaras (de chá) de cola Cascorez Extra (rótulo azul) ou Cola Cascorez Porcelana Fria
2 colheres (de sopa) de vaselina líquida
1 colher (de sopa) de suco de limão (age como conservante)
1 colher (de sopa) de creme para mãos (não gorduroso) pra sovar a massa.
Obs: utilizar colher de pau e panela com revestimento anti-aderente (para fogão).

Preparo:

1 - Coloque todos os ingredientes na panela (com exceção do creme para as mãos) e misture bem para dissolver o amido de milho (se puder bata a massa na batedeira);
2 - Leve ao fogo brando e mexa bem com a colher de pau até que a massa forme uma bola e se solte do fundo e das laterais. Evite deixar que as sobras que costumam ficar na borda da panela se incorporem à massa;
3 - Depois de pronta coloque a massa numa superfície (tampo de mármore, pedra) untada com o creme para as mãos e sove-a por vários minutos, ainda quente, até ficar macia;
4 - Quando a massa estiver totalmente fria acondicione-a num saco plástico (ou envolva-a em filme plástico) bem fechado para não ressecar.



Coitados dos rolinhos de papel higiênico. São perseguidos, a todo momento por donas de casa criativas e artesãs inteligentes. E o Arte Reciclada ajuda! Desta vez os rolinhos viraram singelas embalagens de bijuterias




Alguns dos comentários do Arte Reciclada clamam por passo-a-passo mais simples de se fazer.

Desse aqui, elaborado pela artesã Luciene Scalises, ninguém vai reclamar, mas cuidado: depois de ler, vai ser irresistível sair por aí fazendo seu embrulhinho minuto.


Você vai precisar de:
- 1 rolinho de papel higiênico;
- Fitas variadas.


É super simples:





- Achate o rolinho;





- Faça um vinco dobrando uma das bocas do rolinho para dentro; Faça o mesmo na outra extremidade e o mesmo do outro lado;





- Faça o fecho com um laço de fitas. Pronto!





Dicas:
- Para presentinhos como anéis e correntinhas, corte no meio o rolinho de papel higiênico;





- Você consegue tamanhos variados com rolinhos de papel toalha;





- Use sobras de fitas, botões usados, adesivos e o que sua imaginação mandar para decorar os embrulhos;





- Você ainda pode pintar ou revestir o embrulho com restos de papel de presente.

Materiais

- Hidro Vitral Gato Preto na cor vermelho;
- Pasta para Modelagem Gato Preto;
- Tinta Acrílica Gato Preto na cor Vermelho Veneza;
- Álcool
- Espátula
- Estêncil
- Pincel macio nº 18
- Peça de Vidro
- Lixa nº 400


Passo 1
Limpe a peça com álcool ou lave bem

Passo 2
Com o pincel macio aplique 2 demãos do Hidro Vitral Gato Preto na cor vermelho com intervalo de secagem entre uma demão e outra de aproximadamente 40 minutos.

Passo 3
Misture a Pasta para Modelagem Gato Preto com a Tinta Acrílica Gato Preto na cor vermelho veneza, na proporção de: 4 partes de pasta para 1 de tinta acrílica.

Passo 4
Posicione o estêncil sobre a peça e com o auxilio da espátula aplique a pasta já tingida.

Passo 5
Com a lixa retire suavemente as partes ásperas do relevo.


Dica:
- A espessura do vidro não pode ser muito fina
- Utilize também outras cores de Hidro Vitral Gato Preto

Material necessário:
- 1 vela pronta
- 1 retalho de tecido de algodão (motivo natalino)
- Ferro de passar roupa (não pode ser à vapor)
Modo de preparo:
Pegue uma vela pronta.
Agora, coloque o tecido em cima da vela, da maneira que você desejar.
Com o ferro, “passe” o tecido, como se fosse uma roupa qualquer.

Material necessário:
- 1 vela pronta
- 1 retalho de tecido de algodão (motivo natalino)
- Ferro de passar roupa (não pode ser à vapor)

Modo de preparo:
Pegue uma vela pronta.
Agora, coloque o tecido em cima da vela, da maneira que você desejar.
Com o ferro, “passe” o tecido, como se fosse uma roupa qualquer.
O calor fará com que a parafina derreta e o tecido, grude na vela.
Está pronta!

Material necessário

- 1 folha de papel microondulado da cor desejada
- 1 pedaço de juta de 60 X 25 cm
- Cordão São Francisco número 2
- Fita decorativa estampada aramada de 3,5 cm de largura
- Fita decorativa dourada aramada, também de 3,5 cm de largura
- Sutache aramado dourado
- Cacho de cerejas douradas
- Folhagens de azevinho
- Cola quente
- Cola branca

Passo-a-passo

Comece marcando no avesso do papel, uma tira de 60 x 14 cm. Risque e corte. Depois, usando um pires de 15 cm de diâmetro. Risque dois discos iguais e corte. Agora começa a montagem. Passe cola quente na borda do papel, pelo avesso e fixe a juta. Vá fazendo aos poucos. Espere secar. Desfie a juta, retirando alguns fios para formar a franja na parte superior da embalagem. Cole um disco no outro, tomando cuidado para que um fique com os riscos na horizontal e o outro na vertical. Dá mais firmeza para o fundo. Em seguida, passe cola quente na borda da tira e vá fixando o fundo. Devagar também, esperando secar para continuar. Feche a lateral, também com cola. Aí tem um segredinho: antes de colar a tira de juta, abra cuidadosamente puxando para baixo e reforce o fundo com cola branca. Passe com um pincel. Agora sim, você levanta a juta e fecha com cola. Vamos à decoração? Comece pela fita dourada. Forme um aro e aperte no meio. Depois, faça uma laçada maior que a primeira, volte ao centro e franza. Faça isso até obter o número de laçadas desejado. Ajeite o laço e corte rente. Fica um laço duplo. Acerte as pontas. Corte mais um pedaço da fita, envolva o laço e dê um nó bem forte. Agora faça um laço igualzinho, só que usando a fita estampada. Em seguida, faça um laço diferente com o cordão de São Francisco. Forme três aros e prenda com um pedaço de sutache. Chegou a hora de fazer o pacote. Coloque o panetone envolvido em filme plástico dentro da caixa que você acabou de fazer. Amarre a juta com sutache. Com cola quente, fixe o laço estampado sobre o dourado. Ajeite e cole o cordão. Cole um pedaço de sutache no arranjo, espere secar e amarre na juta. Cole galhos de azevinho sobre o centro do laço e, por último, o cacho de cereja. Fica lindo o panetone embrulhado. Você pode variar o papel, as fitas e os enfeites. Sorte de quem ganhar um presente lindo assim.

Material Necessário

- Coador de café usado
- Vela pronta
- Tesoura
- Ferro de passar roupa (não pode ser a vapor)

Passo-a-passo
Abra o coador e deixe escorrer bem a água. Com a ajuda de uma colher retire a borra de café. Se você tiver pressa, coloque o coador no forno por cinco minutos aproximadamente. O lado de dentro do coador é o que entrará em contato com a vela. Passe o ferro de passar no coador sobre a vela suavemente em temperatura média. A parafina derreterá e isso é que vai fixar o coador na vela.

Material necessário:
- pregadores de madeira
- tinta látex branca
- tinta acrílica de várias cores
- tinta relevo
- pano, lápis e pincéis

Modo de fazer:
Comece soltando as duas partes do pregador, com cuidado.
A próxima etapa é fazer a pintura com a tinta acrílica da cor que você escolher. Elen utilizou a verde.
Coloque um pouco numa vasilha e misture com a tinta látex branca até chegar num tom mais clarinho.
Pinte as duas partes de madeira do pregador e espera secar.
Quando a tinta estiver bem seca, monte de novo o pregador.
Deixe uma ponta para fora para facilitar o encaixe e vá ajustando.
Agora, pegue o lápis e faça o desenho que quiser. Nossa artesã optou por caracóis.
Com a látex branca, faça o contorno. Para isso, use um pincel bem fininho.
Outra opção de pintura é fazer pontinhos em alto relevo, aplicando a tinta relevo direto sobre o pregador, sem usar o pincel.
Você pode também desenhar as figuras com lápis e preencher com tinta acrílica colorida.




CAPA DE CADERNO
Material necessário:
- 440 lacres de latinha de refrigerante
- limpa-alumínio, encontrado em lojas de produtos de limpeza
- 1 rolo de linha de pedreiro
- Alicate de ponta chata e tesoura
- 1 litro de água

Modo de fazer:
Primeiro, é preciso remover as rebarbas dos lacres.
Amasse as rebarbas para não ficarem nem para fora, nem pra dentro, evitando assim o perigo de cortar a mão.
Para limpar, misture 5 colheres de limpa-alumínio em 1 litro de água.
Mergulhe as pecinhas.
Mexa mais um pouco para limpar por igual e deixe de molho por 5 min.
É importante não colocar a mão nessa solução porque é muito forte.
Depois de colocar os anéis em uma bacia com água limpa e deixe secar ao sol.
Em seguida, corte 11 tiras da linha de pedreiro com 2,45 cm cada uma.
Queime as pontas para que elas não desfiem.
Agora, é hora de preparar a amarração dos lacres nas tiras.
Passe o fio em cima da primeira bolinha e depois pela segunda. Puxe o fio. Aí, iguale as duas pontas do fio.
Faça os nós: primeiro do lado direito, depois do esquerdo. Para o nó do lado direito, passe o lacre de cima para baixo, na bolinha de cima e puxe.
Do lado esquerdo, é a mesma coisa.
Passe a linha na primeira bolinha lá atrás, volte com ela e puxe.
A linha que foi puxada ficou do lado de fora. Então, passe a ponta dessa linha para o outro lado e puxe.
Você deve repetir esse mesmo processo, unindo 40 lacres em cada tira, sempre apertando e segurando bem os nós.
Para dar o acabamento final, dê dois nós bem firmes, corte o excesso e queime a ponta da linha.
Faça 11 tiras.
Para emendar uma na outra, corte uma linha de 1,25 cm.
Passe o fio na primeira bolinha de uma tira e na primeira bolinha da outra tira. Dê um nó bem firme e repita.
Depois, pegue a outra ponta da linha, passe por trás e volte a linha para frente.
Passe a ponta para dentro do lacre e puxe.
Para emendar os lacres de baixo, é importante lembrar que a linha sempre vai passar entre a linha e o lacre.
Do outro lado, repita o processo.
Una todas as tiras do mesmo jeito.
Para dar o acabamento, faça uma dobra da largura de duas fileiras de lacres e dê dois nós em cada uma das pontas das dobras. É para ficar bem firme.
Corte o excesso da linha.


Material necessário
- 24 garrafas de plástico (iguais)
- Bolas de Natal (plástico ou vidro)
- Fita de presente
- Enfeites de sua preferência
- Festão
- Pisca-pisca colorido ou branco
- Cola quente
- Faca de serra
- Tesoura
- Arame
- Régua
Passo-a-passo
Tire todos os rótulos e lava bem as garrafas. Meça 21 cm a partir da base da garrafa e faça um pequeno corte.


40 centímetros de barbante de sisal
- Algodão
- Meia de seda de cor verde e vermelha
- Arame flexível ou fio de cobre
- Fita floral verde
- Arame encapado
- Fita de cetim vermelha
- Linha mágica branca, aquela que não precisa dar nó
- Alicate de ponta
- 1 tubo de P.V.C. com 2 centímetros de diâmetro
- Cola quente

Passo-a-passo

Primeiro, faça uma argola com o sisal, enrolando na mão e dando três voltas. Prende com fita floral, que é adesiva. Corte o fio e todos os fiapos que saem do sisal.

Agora vem o enfeite: faça três bolinhas com o algodão. Estique a meia de seda vermelha e revista a primeira bolinha com a meia dobrada para não ficar transparente e para o vermelho ficar mais vivo. Depois prenda com algumas voltas de linha mágica. Revista outra bolinha da mesma maneira, e a terceira sem dobrar a meia. Ela fica mais transparente. Junte as 3 bolinhas com a linha mágica. Fica parecendo um cachinho de frutas. Depois, corte um pedaço do arame encapado, ajeite no meio do cacho e prenda com a fita floral. Vira um pequeno buquê.

Agora, com o arame, vamos fazer 2 folhinhas. Faça primeiro um anel: dê uma volta com o arame no P.V.C, torça para formar a argola, corte e retire do P.V.C. Faça outra argola da mesma maneira.

Em seguida, estique a meia de seda verde sem dobrar. Envolva no arame e prenda com a linha mágica. Corte os excessos, deixando uma margem de segurança. Faça o mesmo com a outra folha. Para que as folhas fiquem com um formato perfeito, entorte um pouco as laterais e puxe para cima.

A próxima etapa é prender as frutinhas nas folhas. Primeiro, dobre a haste, colocando a folha para trás. Apóie as frutas na base da folha e junte tudo com fita floral. Depois é só unir o cachinho com a argola de sisal, colando a haste com a fita floral. Fica lindo. Com a fita vermelha de cetim, forme um laço de 4 laçadas, prenda no meio com a linha mágica e corte o excesso. Com outro pedaço de cetim, esconda a linha branca.

Na parte de trás, pingue cola quente e prenda o laço atrás do arranjo. Está pronto um porta-guardanapos bonito e delicado para enfeitar a sua mesa de Natal.

40 centímetros de barbante de sisal
- Algodão
- Meia de seda de cor verde e vermelha
- Arame flexível ou fio de cobre
- Fita floral verde
- Arame encapado
- Fita de cetim vermelha
- Linha mágica branca, aquela que não precisa dar nó
- Alicate de ponta
- 1 tubo de P.V.C. com 2 centímetros de diâmetro
- Cola quente

Passo-a-passo

Primeiro, faça uma argola com o sisal, enrolando na mão e dando três voltas. Prende com fita floral, que é adesiva. Corte o fio e todos os fiapos que saem do sisal.

Agora vem o enfeite: faça três bolinhas com o algodão. Estique a meia de seda vermelha e revista a primeira bolinha com a meia dobrada para não ficar transparente e para o vermelho ficar mais vivo. Depois prenda com algumas voltas de linha mágica. Revista outra bolinha da mesma maneira, e a terceira sem dobrar a meia. Ela fica mais transparente. Junte as 3 bolinhas com a linha mágica. Fica parecendo um cachinho de frutas. Depois, corte um pedaço do arame encapado, ajeite no meio do cacho e prenda com a fita floral. Vira um pequeno buquê.

Agora, com o arame, vamos fazer 2 folhinhas. Faça primeiro um anel: dê uma volta com o arame no P.V.C, torça para formar a argola, corte e retire do P.V.C. Faça outra argola da mesma maneira.

Em seguida, estique a meia de seda verde sem dobrar. Envolva no arame e prenda com a linha mágica. Corte os excessos, deixando uma margem de segurança. Faça o mesmo com a outra folha. Para que as folhas fiquem com um formato perfeito, entorte um pouco as laterais e puxe para cima.

A próxima etapa é prender as frutinhas nas folhas. Primeiro, dobre a haste, colocando a folha para trás. Apóie as frutas na base da folha e junte tudo com fita floral. Depois é só unir o cachinho com a argola de sisal, colando a haste com a fita floral. Fica lindo. Com a fita vermelha de cetim, forme um laço de 4 laçadas, prenda no meio com a linha mágica e corte o excesso. Com outro pedaço de cetim, esconda a linha branca.

Na parte de trás, pingue cola quente e prenda o laço atrás do arranjo. Está pronto um porta-guardanapos bonito e delicado para enfeitar a sua mesa de Natal.

Artesnato Reciclavel






Materiais: Caixa de leite Saco de pão Cola Branca Polyfort Pidilite Pulvitec Tinta Acrílica Fosca Acrilex na cor vermelho fogo Pátina em Cera Acrilex na cor ouro velho Fita nº 01 de cetim na cor verde Pincel Pinctore Tigre ref. 815 nº 12 Tesoura Furador Passo a passo: 1. Lavar bem a caixa e secar. Abrir o saquinho de pão, amassar bem o papel fazendo uma bolinha com as mãos. Esticar o papel deixando meio enrugado. 2. Passe a cola sobre a caixa e vá enrolando o papel para cobrir as quatro laterais. Passar a mão por cima para grudar bem o papel sobre a caixa. Colar também o fundo. Esperar secar ou agilizar com o secador de cabelo. 3. Passar uma demão de tinta acrílica na cor vermelho fogo, deixar secar novamente. 4. Depois com o mesmo pincel, molhar na Pátina em Cera cor ouro velho, bater em um prato para tirar o excesso e passar levemente sobre a caixa no sentido vertical para dar a patina brilhante. Não exagere na quantidade. No caso das embalagens, não é necessário envernizar. Caso use esta mesma técnica em outros materiais, como vidro, lata, você pode passar uma demão de verniz geral. Esta técnica pode ser aplicada em todos os tipos de materiais descartáveis: garrafa pet, vidros, latas, cerâmicas, madeiras, caixa de sapatos etc. Em peças pequenas deve ser usado papel de pão, papel de seda. Em peças grandes usar jornal amassado e o resto da técnica é da mesma forma. 5. Recortar a caixa conforme desejar, fazer os furinhos quando necessário para passar a fita e quando quiser fazer o acabamento colando-as nas bordas.

O Pentateuco ´ é o nome dado aos cinco primeiros livros da Bíblia (Gen, Ex, Lev, Num, Dt) e constituem a Lei de Moisés ou Torá.

O livro do Gênesis ´ narra as origens do homem e do mundo criados por Deus, e apresenta´nos a maravilhosa história dos Patriarcas: Abraão, Isac e Jacó. A mensagem deste livro é importantíssima. Entre outras coisas traz a revelação de Deus sobre os seguinte pontos:

1 ´ Deus é o Criador do mundo e do homem.

2 ´ Deus é distinto do universo; quer dizer, não existe o Panteísmo que defende que Deus e o mundo são a mesma coisa; e o mundo seria apenas uma ´emanação de Deus´.

3 ´ O mundo é bom.

4 ´ O mundo criado manifesta a glória e a paz de Deus.

5 ´ O homem foi criado da terra, mas foi animado de um espírito de vida (alma) imortal, criado e dado por Deus.

6 ´ O homem foi criado para viver na amizade de Deus.

7 ´ O homem foi criado livre.

8 ´ A harmonia primitiva foi destruída pelo pecado da desobediência a Deus. O homem tem a vã esperança de ser Deus (pecado original).

9 ´ O homem foi excluído do Paraíso.

10 ´ Deus faz a Promessa de Redenção da humanidade através da Mulher.

11 ´ O homem foi dominado pelo pecado e o mal se generaliza: Caím, Torre de Babel, Sodoma e Gomorra, etc..

12 ´ Deus faz uma primeira aliança com o homem através de Noé.

13 ´ Deus continua a aliança com Abraão, Isac e Jacó.

O livro do Êxodo ´ narra a ida do povo de Israel para o Egito e a escravidão alí sofrida. Deus chama Moisés e através dele tira o povo do Egito milagrosamente; em seguida estabelece uma Aliança com Moisés e dá ao Povo os seus Mandamentos, leis, preceitos, ritos e cultos.

O livro do Levítico ´ narra as Leis dos rituais, as leis sociais, as prescrições, as bênçãos e maldições, os sacrifícios oferecidos a Deus (holocaustos, oblações, sacrifícios pacíficos, sacrifícios de expiação). Era o livro dos levitas ou sacerdotes do povo. São as leis relativas ao culto e à santidade do povo.

O livro dos Números ´ fala do recenseamento do povo feito por Moisés no deserto e apresenta as listas de nomes e números. Contém ainda outras leis misturadas com a narrativa da caminhada até as margens do rio Jordão.

O livro do Deuteronômio, que quer dizer ´segunda lei´, consta de cinco sermões de Moisés que recapitulam a Lei e narra o fim da vida de Moisés.

Os livros Históricos ´ Há 16 Livros históricos na Bíblia (Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I e II Macabeus) que narram a história do povo hebreu desde a entrada na Terra Prometida até os tempos dos Macabeus, já próximo de Jesus cerca de 150 anos.

O livro de Josué ´ Narra a árdua missão de Josué, indicado por Deus a Moisés para ser o seu sucessor e introduzir o povo na Terra prometida, fazendo o povo viver as leis que Deus deu a Moisés, distribuindo a terra entre as tribos de Israel e lutando contra os cananeus. Mostra a fidelidade de Deus às suas promessas feitas ao povo. É uma continuação lógica do Pentateuco.

O livro dos Juízes ´ narra as suas histórias desde a morte de Josué até Samuel. Josué ao morrer não deixou sucessor. As doze tribos de Israel já estavam estabelecidas na terra prometida, mas não tinham um governo central, mas eram unidas pela religião monoteísta (um só Deus), diferente dos outros povos de Canaã que tinham muitos deuses (Baal, Aserá, Astarte). Israel convivia com esses povos pagãos e muitas vezes caiu na idolatria. Neste contexto Deus suscitou os Juízes em Israel. Eram heróis, muitas vezes dotados de força física ou carismas especiais para libertarem uma ou mais tribos de Israel dominadas pelos extrangeiros. Não tinham sucessores nem dinastia, não promulgavam leis e nem impunham impostos. São o testemunho vivo de que Javé jamais abandonou o seu povo. Entre os grandes juízes encontramos Eli e Samuel, que foram os únicos que tiveram autoridade sobre todo o Israel, embora não tinham sido chefes de exércitos como os outros. Ao todo foram doze juízes. Os maiores foram Otoniel (da tribo de Judá), Aod (Benjamim), Barac (Neftali), Gedeão (Manassés), Jefté (Gad), Sansão (Dã). Os menores são Samgar (Simeão), Tolá (Issacar), Jair (Galaad), Abesã (Aser), Elon (Zabulon) e Abdon (Efraim). Os 21 capítulo de Juízes cobre um período de quase 200 anos que vai de 1250 a 1050, da morte de Josué até o primeiro rei de Israel, Saul.

O livro de Rute ´ é posterior ao exílio na Babilônia (587 ´ 537 AC). Conta a bela história de Rute, a moabita que desposou Booz, israelita, e dos quais nasceu Obed, o pai de Jessé, que foi o pai do rei Davi. A finalidade do livro é transmitir uma história edificante sobre as origens da família de Davi, que teve, então, entre os seus antepassados uma moabita, isto é, um membro que não era do povo judeu, e até seu inimigo. Isto já ensina a universalidade da salvação preparada por Deus para todos os homens (cf. Rt 2,12). O mesmo se dá com o livro de Jonas. Mateus, na genealogia de Jesus, faz questão de citar Rute, para significar que Ele não é filho apenas de israelitas, e Salvador não só dos judeus, mas de todos os homens.

Os livros de Samuel ´ foram escritos após o ano 622AC, e narra as histórias de Samuel, o último dos Juízes, do rei Saul e do rei Davi. Continuam as narrações contidas nos livros dos Juízes e cobrem um período da história de Israel de 1050 a 970 aC. Samuel, o último dos juízes foi incumbido por Deus para sagrar o primeiro rei de Israel, Saul.

Os livros dos Reis ´ narram a história dos reis de Israel, Saul, Davi, Salomão, etc. , e vai até o exílio do ano 587aC quando aconteceu o exílio para a Babilônia. Narra a construção do Templo por Salomão, a separação das 12 tribos de Israel em dois reinos rivais (Samaria e Judá), e conta, entre outras coisas, a queda de ambos os reinos, a destruição de Jerusalém, , a história de Elias, Eliseu, a Reforma de Josias e a destruição de Jerusalém pelos babilônios. O livro cobre cerca de 400 anos de história de Israel (970´570 aC). Começa com os últimos dias de Davi e vai até a libertação de Jeconias, rei de Judá, detido na Babilônia (561). O livro conta a história dos dois reinos de Israel separados e rivais. Apresenta os doze reis de Judá, todos da descendência de Davi; e os dezenove reis da Samaria, pertencentes a nove dinastias diferentes, perdendo, então, a descendência de Davi.

Os dois livros das Crônicas I e II(ou Paralipômenos = as coisas omitidas) ´ formam com os livros de Esdras e Neemias um bloco homogêneo chamado de ´obra do Cronista´. Narram as histórias de Israel, repetindo ou completando o que já foi narrado em Samuel e Reis. Na verdade, reapresenta a história narrada em Samuel e Reis, mas com uma perspectiva ainda mais religiosa. Trazem uma tabela genealógica desde Adão até Davi; a história do rei Davi, de Salomão e dos reis de Judá, e procura dar um significado teológico aos acontecimentos narrados.

O livro de Esdras (sacerdote) e Neemias (governador) ´ são do mesmo autor das Crônicas e contam as histórias desses personagens importantes que restabeleceram a restauração religiosa e moral de Israel após o exílio da Babilônia. Cobre uma época que vai de 538 a 430 aC. Narram a construção e a dedicação do Templo, a reconstrução das muralhas e da cidade de Jerusalém. É o tempo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Foi o renascimento do judaísmo após o exílio, a partir de Judá que volta do exílio; e daí nascerá o Messias. Por isso Esdras é chamado o ´ pai do Judaísmo´.

Os livros de Tobias, Judite e Ester ´ são livros escritos no gênero literário chamado de midraxe, que é a narração de um fato histórico com ênfase religiosa, isto é, na ação de Deus que age em defesa dos fiéis, realçando os aspectos edificantes e moralizantes dos fatos narrados, com o intuito de formar os leitores. São histórias edificantes que não se pode saber bem quando ocorreram, e que não se referem a todo o Israel, mas apenas a uma pessoa, família (Tobias) ou cidade (Judite). São belos livros, de leitura muito edificante, que mostram a ação de Deus, na vida de uma pessoa, de uma família ou de uma cidade que nele confia. É importante notar a figura de duas mulheres, usadas por Deus para a sua obra de salvar o seu povo. Ester é figura de Nossa Senhora.

Os livros dos Macabeus ´ contam a história do povo Judeu no tempo da opressão dos sírios, especialmente pelo rei Antíoco IV Epífanes (175 ´163), que queria obrigar o povo a praticar as leis pagãs e rejeitar a lei de Deus. Levantou´se Matatias, sacerdote, como chefe de guerrilha e guerra contra os sírios, com os seus filhos João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. A revolta dos Macabeus surgiu por esta causa e vai aproximadamente de 175 a 163 aC., já no limiar da chegada de Jesus.

Do tempo de Esdras (400) até os Macabeus (175), temos um período de cerca de 225 anos dos quais a Bíblia nada fala. Parece terem sido tempos de paz, embora Israel ainda vivesse sob o jugo de Alexandre Magno, e depois os sírios.

Os livros sapienciais ´ Há 7 livros na Bíblia que são chamados de Sapienciais, isto é, que falam da sabedoria de Deus. Vamos examiná´los.

O livro de Jó ´ foi escrito no século V antes de Cristo, e medita sobre a questão do sofrimento humano. Por que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem deve humilhar´se no sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem até mesmo do mal. Mostra a vitória, pela fé, de um homem que mesmo coberto de lepra da cabeça aos pés, sabe ainda confiar em Deus, sem perder a fé e sem blasfemar. A grande mensagem do livro é que não podemos conhecer todas as causas do sofrimento, mas devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não ficaremos frustrados.

O livros dos Salmos ´ contém 150 salmos de Davi, Salomão e outros. Eram orações ´cantadas com o acompanhamento de instrumentos de corda´. Era por excelência o livro de oração dos judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as lamentações do povo, os cânticos religiosos, os poemas e as súplicas. Exprimem as mais diversas situações de ânimo; adoração, louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo de Deus, confissão dos pecados, esperança em Deus que salva, oráculos messiânicos, cânticos de Sion, etc..

O livro dos Provérbios ´ trazem a riquíssima sabedoria que o povo judeu armazenou durante a vida muito sofrida, especialmente no exílio. É o mais representativo da literatura sapiencial bíblica, que datam do século X a.C., às quais foram acrescentadas normas que são do séc IV /III aC. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto religioso, com as suas raízes no ´temor do Senhor´, e procura agradar a Deus. É vista como um dom de Deus. Os sábios atribuíam a ao próprio Deus a sabedoria. O termo provérbio vem do hebraico ´Meschalim´, que quer dizer ´Máximas´. O livro consta de nove coleções de máximas, as mais antigas atribuídas a Salomão.

O livro do Eclesiastes ´ é parecido com o livro de Jó; uma vez que ambos tratam da questão do sofrimento. O termo eclesiastes quer dizer ´orador´ ou ´pregador´, aquele que fala na assembléia. Enquanto Jó parte a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e da deficiência de todos os bens. Quem lê o livro pode à primeira vista ficar confuso, quando recomenda o gozo dos bens materiais; no entanto são apenas reflexões que o autor faz consigo mesmo, contraditórias, antes de chegar às conclusões. Por fim termina dizendo: ´teme a Deus e guarda os seus mandamentos´. O autor do livro não é Salomão, mas um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C.

O livro do Cântico dos Cânticos ´ quer dizer ´o mais belo dos cânticos´ . O tema do livro é o amor de um homem chamado Salomão e rei por uma jovem chamada de ´a sulamita´, guarda de vinhas e pastora. A interpretação é a seguinte: sob a imagem do esposo é figurado o próprio Deus e, sob a imagem da esposa, a filha de Sion, o povo de Israel, que Deus escolheu entre todas a nações. Na perspectiva cristã é a figuração de Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa).Os místicos viram também na figura da esposa a Virgem Maria e, também, qualquer alma fiel a Deus. As fortes cenas de amor são uma maneira oriental de se expressas e não devem nos impressionar ou levar´nos a conclusões erradas; são fortes para mostrar o quanto Deus ama a humanidade.

O livro da Sabedoria ´ foi escrito por um judeu de Alexandria no norte do Egito, com o objetivo de fortalecer a fé dos judeus que viviam nesta região, de modo a não aderirem à religião dos povos desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada por Alexandre Magno (†324a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina Alexandria.

O livro do Eclesiástico (ou Sirácidas) ´ A tradução grega é ´Sabedoria de Jesus filho de Sirac´. Os cristãos de língua latina o chamavam de ´Ecclesiasticus´, já que era usado para ensinar os bons costumes aos catecúmenos que se preparavam para o Batismo. Era o livro da ´Ecclesia´ (Igreja). É um pouco parecido com o livro dos Provérbios, mas revela uma fase mais avançada do pensamento dos judeus. O livro deve ter sido escrito aproximadamente no ano 190 aC em Jerusalém, em hebraico, e depois foi traduzido para o grego em 132 aC.

Os livros proféticos ´ são 18. A partir de Samuel (sec.XI a.C) até Malaquias (sec.V a.C) a série dos profetas foi ininterrupta e eles exerceram papel muito importante no reino de Israel: eram conselheiros dos reis, censuravam as injustiças, condenavam toda idolatria, etc.

Os profetas Isaías, Jeremias, Oséias, e Amós, atuaram antes do exílio (587´538 a.C) e mostravam aos reis e ao povo as suas faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos estrangeiros.

Os profetas Ezequiel e o ´segundo´ Isaías (Is 40´55) agiram durante o exílio procurando erguer o ânimo do povo.

Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias atuaram depois do exílio incentivando o povo a reconstruir o Templo e os muros de Jerusalém, além de empreender a reforma religiosa, moral e social da comunidade judaica e predizendo a glória do futuro Messias.

Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, em número de 12, são chamados de profetas menores, não porque não foram importantes, mas porque nos deixaram escritos pequenos, que já no século II antes de Cristo eram colecionados em um só volume (rolo). Não é possível se saber com exatidão a época em que cada um deles atuou, mas sabemos que agiram do século VIII ao século III a.C. e fornecem dados importante da história de Israel e dos povos vizinhos.

O livro de Isaias ´ o profeta viveu de 740 a 690aC. Mas não foi o único autor de todo o livro. Este está dividido em três partes: Isaias I (capítulos 1´39) é do tempo do profeta; Isaias II (40´55) é da época do exílio da Babilônia (587´638aC) e Isaias III (56´66) foi escrito após o exílio na época da restauração do povo na sua terra. O profeta Isaías era filho de nobre família de Jerusalém, poeta , foi conselheiro dos reis Jaotã, Acaz e Ezequias numa época de infidelidade moral e religiosa por parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é dito da ´escola de Isaías´; isto é, seus discípulos devem ter continuado a obra do mestre através dos séculos.

O livro de Jeremias ´ O profeta viveu de 650 a 567aC, nasceu perto de Jerusalém. O reino de Judá estava cada vez mais ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína da Cidade Santa e do Templo, por isso foi condenado à morte pelos sacerdotes e falsos profetas, mas escapou da morte. O livro contém os quarenta anos de pregação do profeta.

O livro das Lamentações ´ é uma coleção de cinco cânticos que choram a queda da Cidade Santa de Jerusalém ocorrida e 587aC. Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a culpa do povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração.

O livro de Baruc ´ Baruc foi conselheiro e secretário (amanuense ) de Jeremias. Acompanhou´o ao Egito após a queda de Jerusalém em 587aC; o autor trato do povo no exílio da Babilônia e exorta´o para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei de Moisés e não desanime.

O livro de Ezequiel ´ O profeta Ezequiel (= Deus dá força), era sacerdote, casado, e perdeu a esposa um pouco antes da queda de Jerusalém em 587aC. Exerceu o seu ministério até 571aC e, segundo uma tradição judaica morreu apedrejado pelos judeus. Acompanhou o povo de Judá na fase mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob Nabucodonosor. O livro de Ezequiel tem quatro partes: 1´ (cap. 4´24), onde censura os judeus antes da queda de Jerusalém por causa dos seus pecados; 2´ (cap. 25´32), que contém oráculos contra os povos estrangeiros que oprimiram os hebreus; 3 ´ (cap. 33´39), consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém, prometendo´lhe tempos melhores; 4 ´ (40´48), descreve a nova cidade e o novo Templo após a volta do exílio.

O livro de Daniel ´ O profeta Daniel (=Deus é meu juíz), é o principal personagem do Livro. Os capítulos de 1 a 6 formam um núcleo histórico e contam a históri do profeta. Daniel foi um hebreu deportado para a Babilônia em 606 aC, fiel à lei de Deus, que o enriqueceu com dons diversos, tendo´se tornado importante na corte de Babilônia. Os capítulos 7 a 12 tem uma forma apocalíptica, que tem o seguinte sentido: na época em que os judeus estavam oprimidos por Antíoco Epifanes (167´164 aC) um hebreu piedoso escreveu a história dos último séculos de Israel, com a finalidade de animar os irmãos e apresentou a sua época como próxima da libertação messiânica. Faz referência ao Filho do Homem (7,13) e ao seu reino definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é um Midraxe e um Apocalipse, escrito no século II aC, não pelo profeta, mas por alguém que contou a sua história.

Os profetas menores

Amós ´ era natural de Técua (Judá). Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino da Samaria, sob o rei Jeroboão (783´743 aC). Pregou contra o luxo, a depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria em 721aC nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto mas forte.

Oséias ´ pregou também no reino do norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783´743 aC). O livro mostra as relações de Javé com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se casa com uma mulher leviana (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é, então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. O tema principal do livro é o amor de Javé pelo seu povo.

Miquéias ´ profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá (740´690 aC). Deve ter conhecido a queda do reino do norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaquerib. O profeta Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26, 18). Encontramos neste livro uma notável profecia messiânica (5,1´4).

Sofonias ´ Exerceu seu ministério sob o piedoso rei Josias (640´609 aC), que fez uma forte reforma religiosa em 622 (2Rs22,3´23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu povo, que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade.

Naum ´ era natural de Elcós. Trata somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 aC.

Habacuc ´ O livro trata do tema ´porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?´. É da época das ameaças dos Assíris sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios e a vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros, prepara a vitória do direito e dos justos. ´O justo viverá pela fé´ (Hab 2,4; Rm 1, 17; Gal 3, 11; Hb 10,38).

Ageu ´ este profeta dá início ao último período dos profetas, após o exílio. O tom e a da Restauração. Ageu acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa gente era hostilizada pelos estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades. Então o profeta exorta este povo a reconstruir o Templo, e isto como condição para a vinda de Javé e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520aC.

Zacarias ´ Exerceu o ministério também por volta do ano 520aC., após o retorno do exílio. O livro se refere a oito visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguem´se os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de difícil entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e com um apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos tempos.

Malaquias ´ seu nome significa ´meu mensageiro´. Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as faltas dos sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios mistos e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos. Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. O livro de aproximadamente 515 aC, anterior à proibição dos casamentos mistos devida à reforma de Esdras e Neemias em 445 aC.

Abdias ´ é o menor dos livros proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá, sob o rei Jorã (848´841 aC). O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que age como defensor do direito.

Joel ´ o livro foi escrito após o exílio, próximo do ano 400aC. É um compêndio da escatologia (últimos tempos) judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo, o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O ataque dos gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalípse que descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico.

Jonas ´ é diferente de todos os outros livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente conduzido pela providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma narração didática, parabólica, não história, para mostrar aos judeus do século V aC, muito nacionalistas, que a salvação é universal.

RESUMO DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO

Os Evangelhos

A palavra ´Evangelho´ vem do grego ´evangélion´, que quer dizer ´Boa Notícia´. Para os apóstolos era ´aquilo que Jesus fez e disse´(At 1,1). É a força renovadora do mundo e do homem.

A Igreja reconhece como canônicos (inspirados por Deus) os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os três primeiros são chamados de ´sinóticos´ porque podem ser lidos em paralelo, já o de São João é bastane diferente. Existem também evangelhos apócrifos que a Igreja não reconheceu como Palavra de Deus. São os de Tomé, de Tiago, de Nicodemos, de Pedro, os Evangelhos da Infância, etc. Eles contém verdades históricas junto narrações fantasiosas e heresias.

Os evangelhos são simbolizados pelos animais descritos em Ez 1,10 e Ap 4,6´8: o leão (Marcos), o touro (Lucas), o homem (Mateus), a águia (João). Foi a Tradição da Igreja nos séculos II a IV que tomou esta simbologia tendo em vista o início de cada evangelho. Mateus começa apresentando a genealogia de Jesus (homem); Marcos tem início com João no deserto, que é tido como morada do leão; Lucas começa com Zacarias a sacrificar no Templo um touro, e João começa com o Verbo eterno que das alturas desce como uma águia para se encarnar.

Jesus pregou do ano 27 a 30 sem nada deixar escrito, mas garantiu aos Apóstolos na última Ceia, que o Espírito Santo os faria ´relembrar todas as coisas´ (Jo14, 25) e lhes ´ensinaria toda a verdade´ (Jo 16,13). Desta promessa, e com esta certeza, a Igreja que nasceu com Pedro e os Apóstolos, sabe que nunca errou o caminho da salvação. De 20 a 30 anos após a morte de Jesus os Apóstolos sentiram a necessidade de escrever o que pregaram durante esses anos, para que as demais comunidades fora da Terra Santa pudessem conhecer a mensagem de Jesus.

O Evangelho de Mateus ´ é o primeiro que foi escrito, em Israel e em aramaico, por volta do ano 50. Serviu de modelo para Marcos e Lucas. O texto de Mateus foi traduzido para o grego, tendo em vista que o mundo romano da época falava o grego. O texto aramaico de Mateus se perdeu. Já no ano 130 o Bispo Pápias, da Frígia, fala deste texto.

Também Santo Irineu (†200), que foi discípulo de S. Policarpo, que por sua vez foi discípulo de S. João evangelista, fala do Evangelho de Mateus, no século II.

Comprova´se aí a historicidade do Evangelho de Mateus. Ele escreveu para os judeus de sua terra, convertidos ao cristianismo. Era o únicos dos apóstolos habituado à arte de escrever, a calcular e a narrar os fatos. Compreende´se que os próprios Apóstolos do tenham escolhido para esta tarefa. O objetivo da narração foi mostrar aos judeus que Jesus era o Messias anunciado pelos profetas, por isso, cita muitas vezes o Antigo Testamento e as profecias sobre o Messias. Como disse Renan, o evangelho de Mateus tornou´se ´o livro mais importante da história universal´.

O Evangelho de Marcos ´ S. Marcos não foi apóstolo, mas discípulo deles, especialmente de Pedro, que o chama de filho (1Pe 5,13). Foi também companheiro de S. Paulo na primeira viagem missionária (At 13,5; Cl 4, 10; 2Tm 4,11). O testemunho mais antigo sobre a autoria do segundo evangelho, é dado pelo famoso bispo de Hierápolis, na Ásia Menor, Pápias (†135).

O Evangelho de Lucas ´ Lucas não era judeu como Mateus e Marcos (isto é interessante!), mas pagão de Antioquia da Síria (Cl 4, 10´14). Era culto e médico. Ligou´se profundamente a S. Paulo e o acompanhou em trechos da segunda e terceira viagem missionária do apóstolo (At 16, 10´37; 20,5´21). No ano de 60 foi para Roma com Paulo (At 27,1´28) e ficou com ele durante o seu primeiro cativeiro (Cl 4, 14; Fm 24) e acompanhou Paulo no segundo cativeiro (2Tm 4,11). A Tradição da Igreja dá seguinte testemunho deste Evangelho.

O texto foi escrito em grego, numa linguagem culta e há uma afinidade com a linguagem e a doutrina de S. Paulo. foi escrito por volta do ano 70. Como escreveu para os pagãos convertidos ao cristianismo, não se preocupou com o que só interessava aos judeus.

Mateus mostra um Jesus como Mestre notável por seus sermões ´ o novo Moisés, Marcos o apresenta como o herói admirável ( o Leão da tribo de Judá ´ Ap 5,5), Lucas se detém mais nos traços delicados e misericordiosos da alma de Jesus. É o evangelho da salvação e da misericórdia. É também o evangelho do Espírito Santo e da oração. E não deixa de ser também o evangelho da pobreza e da alegria dos pequenos e humildes que colocam a confiança toda em Deus.

O Evangelho de João ´ S. João era filho de Zebedeu e Salomé (cf. Mc 15,40) e irmão de Tiago maior (cf. Mc 1, 16´20). Testemunhou tudo o que narrou, com profundo conhecimento. É o ´discípulo que Jesus amava´ (Jo 21,40). Este evangelho foi escrito entre os anos 95 e 100 dC., provavelmente em Éfeso onde João residia.

João não quis repetir o que os três primeiros evangelhos já tinham narrado, mas usou essas fontes. Escreveu um evangelho profundamente meditado e teológico, mais do que histórico como os outros. Contudo, não cedeu a ficções ou fantasias sobre o Mestre, mostrando inclusive dados que os outros evangelhos não tem. Apresentando essa doutrina ele quis fortalecer os cristãos contra as primeiras heresias que já surgiam, especialmente o gnosticismo que negava a verdadeira encarnação do Verbo. Cerinto e Ebion negavam a divindade de Jesus, ensinando a heresia segundo a qual o Espírito Santo descera sobre Jesus no batismo, mas o deixara na Paixão. É um evangelho profundamente importante para a teologia dogmática e sacramental especialmente.

Os Atos dos Apóstolos

Não há dúvida de que foi escrito por S. Lucas, médico e companheiro de S. Paulo. Conta a história da Igreja, desde Pentecostes, guiada pelo Espírito Santo, até chegar em Roma com S. Pedro e S. Paulo.

Teofilacto (†1078) dizia que: Os evangelhos apresentam os feitos do Filho, ao passo que os Atos descrevem os feitos do Espírito Santo´.

O livro se divide em duas partes: uma que é marcada pela pessoa de Pedro (At 1 a 12), e a outra marcada por Paulo (At 13 a 28) . Pedro leva o evangelho de Jerusalém à Judéia e à Samaria, chegando até a conversão marcante do primeiro pagão, batizado, Cornélio (At 10,1´11), o que abriu a porta da Igreja para os não judeus. Paulo promove a evangelização dos gentios mediante três viagens missionárias de grande importância. O capítulo 15 é a ligação entre as duas partes do livro, mostrando Pedro e Paulo juntos em Jerusalém, no ano 49, no importante Concílio de Jerusalém, que aboliu a circuncisão e reconheceu que o Reino de Deus é para toda a humanidade.

O testemunho mais antigo de que Lucas é o autor dos Atos é o chamado cânon de Muratori, do século II, que afirma:

´As proezas de todos os apóstolos foram escritas num livro. Lucas, com dedicatória ao excelentíssimo Teófilo, aí reconheceu todos os fatos particulares que se desenrolaram sob seus olhos e os pôs em evidência deixando de lado o martírio de Pedro e a viagem de Paulo da Cidade (Roma) rumo à Espanha.´

Notamos que o início de Atos dá uma sequência lógica ao final do evangelho de Lucas, e ambos são dedicados a Teófilo, além de que o estilo e o vocabulário são parecidos. Segundo São Jerônimo (348´520) os Atos foram escritos em Roma, quando Lucas estava alí ao lado de Paulo prisioneiro, em grego, por volta do ano 63.

Os Atos dos Apóstolos são portanto o primeiro livro de História da Igreja nascente, escrito por uma testemunha ocular dos fatos, que os narrou de maneira precisa e sóbria. Aí podemos conhecer o rosto da Igreja no primeiro século, sua organização, etc. É o evangelho do Espírito Santo.

As cartas de São Paulo

Paulo (ou Saulo) nasceu em Tarso na Cilícia (Ásia menor) no início da era cristã, de família israelita, muito fiel à doutrina e à tradição judaica; seu pai comprara a cidadania romana, o que era possível naquele tempo, então Saulo nasceu como cidadão romano, legalmente. Aos 15 anos de idade foi enviado para Jerusalém onde recebeu a formação do rabino Gamaliel (At 22,3; 26,4;5,34), e foi formado na arte rabínica de interpretar as Escrituras, e deve ter aprendido a profissão de curtidor de couro, seleiro. Por volta do ano 36 era severo perseguidor dos cristãos, mas se converteu espetacularmente quando o próprio Senhor lhe apareceu na estrada de Jerusalém para Damasco, onde foi batizado por Ananias. Em seguida permaneceu num lugar perto de Damasco chamado Arábia. No ano 39 se encontrou com Pedro e Tiago em Jerusalém (Gal 1, 18) e depois voltou para Tarso (At 9,26´30) acabrunhado pelo fracasso do seu trabalho em Jerusalém. Alí ficou por cerca de 5 anos, até o ano 43. Nesta época, Barnabé, seu primo, que era discípulo em Antioquia, importante comunidade cristã fundada por S.Pedro, o levou para lá. Em 44 Paulo e Barnabé são encarregados pela comunidade de Antioquia para levar a ajuda financeira aos irmãos pobres de Jerusalém. No ano 45, por inspiração do Espírito Santo, Paulo e Marcos (o evangelista) foram enviados a pregar aos gentios (At 13,1´3). A primeira viagem durou cerca de 3 anos (45´48) percorrendo a ilha de Chipre a parte da Ásia Menor. No ano de 49 Paulo e Barnabé vão a Jerusalém para o primeiro Concílio da Igreja, para resolver a questão da circuncisão, surgida em Antioquia. A segunda viagem foi de 50 a 53, durante a qual Paulo escreveu, em Corinto, as duas cartas aos Tessalonicenses (At 15,36´18,22). São as primeiras cartas de Paulo. A terceira viagem foi de 53 a 58. Neste período ele escreveu ´as grandes epístolas´, Gálatas e I Coríntios, em Éfeso; II Coríntios, em Filipos; e aos Romanos, em Corinto. No final desta viagem Paulo foi preso por ação dos judeus e entregue ao tribuno romano Cláudio Lísias, que o entregou ao procurador romano Felix, em Cesaréia. Aí Paulo ficou preso dois anos (58´60), onde apelou para ser julgado em Roma; tinha direito a isso por ser cidadão romano. Partiu de Cesaréia no ano 60 e chegaram em Roma em 61, após sério naufrágio perto da ilha de Malta. Em Roma ficou preso domiciliar até 63. Neste período ele escreveu as chamadas ´cartas do cativeiro´ (Filemon, Colossenses, Filipenses e Efésios). Depois deste período Paulo deve ter sido libertado e ido até a Espanha, ´os confins do mundo´ (Rom 15,24), como era seu desejo. Em seguida deve ter voltado da Espanha para o oriente, quando escreveu as Cartas pastorais a Tito e a Timóteo, por volta de 64´66. Foi novamente preso no ano 66, no oriente, e enviado a Roma, sendo morto em 67 face à perseguição de Nero contra os cristãos desde o ano 64. S. Paulo foi um dos homens mais importantes do cristianismo. Deixou´nos 13 Cartas. Vejamos um resumo delas.

As Cartas aos Tessalonicenses

As duas cartas tem como tema central a segunda vinda de Jesus (Parusia), que as primeiras comunidades cristãs esperavam para breve e a sorte dos que já tinham morrido. Paulo admoesta a comunidade para a importância da vigilância. As cartas do Apóstolo depois delas falam mais do Cristo presente na Igreja do que da sua segunda vinda.

Tessalônica era porto marítimo muito importante da Grécia, onde havia forte sincretismo religioso e decadência moral; havia uma colônia judaica na cidade, e é na sinagoga que Paulo começa a pregar o Evangelho. Havia dúvidas sobre a iminente volta do Senhor.

Na segunda carta Paulo retoma o mesmo assunto, exortando os fiéis a trabalharem, uma vez que ninguém sabe a data da vinda do Senhor. As cartas devem ter sido escritas por volta do ano 52 quando estava em Corinto, durante a sua segunda viagem missionária pela Ásia.

A Carta aos Gálatas

São Paulo visitou os gálatas na segunda e na terceira viagem apostólica. É hoje a região de Ankara na Turquia. A carta foi escrita por volta do ano 54, quando Paulo estava em Éfeso, onde ficou por três anos. O motivo da carta são as ameaças dos cristãos oriundos do judaísmo que querem obrigar ainda a observância da Lei de Moisés. Paulo mostra que é a fé em Jesus que salva e não a Lei. E exorta os gálatas a viverem as obras do Espírito e não as da carne.

Esta carta é também um documento autobiográfico de São Paulo, além de ser um documento de alta espiritualidade.

A Carta aos Coríntios

Corínto ficava na Grécia, região chamada de Acaia, e no ano 27aC. Cesar Augusto, imperador romano, fez de Corinto a capital da província romana da Acaia. Foi nesta cidade portuária, rica e decadente na moral, que Paulo fundou uma forte comunidade cristã na sua segunda viagem. Aí encontrou o casal Átila e Priscíla que muito o ajudou. Paulo ficou um ano e seis meses em Corinto, até o ano 53. Na sua terceira viagem ele ficou três anos em Éfeso, também na Grécia, e daí escreveu para os coríntios. A primeira carta contém sérias repreensões dos pecados da comunidade: as divisões e a imoralidade. Em seguida dá respostas a questões propostas sobre o matrimônio, a virgindade, as carnes imoladas aos ídolos, as assembléias de oração, a ceia eucarística, os carismas, a ressurreição dos mortos, etc. É uma das cartas mais amplas de S. Paulo em termos de doutrina e disciplina na Igreja.

A segunda carta é bem diferente da primeira, não é tanto doutrinária, mas trata das relações de Paulo com a comunidade, e desfaz mal entendidos, inclusive, e faz a sua defesa diante de acusações sérias que recebeu dos cristãos judaizantes. Nesta carta Paulo mostra a sua alma, seus sofrimentos e angústias pelo reino de Cristo. Resume´se na frase: ´É na fraqueza do homem que Deus manifesta toda a sua força´ (2Cor 12,9).

A Carta aos Romanos

A carta aos romanos é bem diferente das outras cartas de São Paulo, pelo fato de ser uma comunidade cristã que não foi fundada por ele, o que foi feito por S. Pedro. Esta carta foi escrita no final da terceira viagem missionária de Paulo, em Corinto, por volta do ano 57/58a fim de preparar a sua chegada em Roma. É uma carta onde temos o ponto mais elevado da elaboração teológica do apóstolo. Não trata de assuntos pessoais, mas da vida cristã, a justificação por Cristo que nos faz ser e viver como filhos de Deus e mostra a Lei de Moisés como algo provisório na história do povo de Deus. O ponto alto da carta é o capítulo 8, onde mostra que a vida cristão é uma vida conforme o Espírito Santo, que habita em nós, nos leva à santificação, vencendo as obras da carne, levando´a à transfiguração no dia da ressurreição universal. Tudo foi preparado por Deus Pai que nos fez filhos no Seu Filho, a fim de dar a Cristo muitos irmãos, co´herdeiros da glória do Primogênito (8,14´18).

As Epístolas do Cativeiro

Essas cartas são as escritas a Filemon, aos Colossenses, aos Efésios e aos Filipenses. Cada uma delas apresenta Paulo prisioneiro (Fm 1.9.10.13; Cl 4, 3.10.18; Ef 3,1; 4,1; 6,20; Fl 1, 7.13s). Trata´se do primeiro cativeiro em Roma (At 27,1´28). Paulo também esteve preso em Filipos (At 16,23´40); Jerusalém (At 21,31´23,31), em Cesaréia (At 23,35´26,32); em Roma segunda vez (2Tm 1,8.12.16s; 2, 9).

Carta a Filemon

Quando Paulo estava preso em Roma pela primeira vez, entre os anos 61´ 63, foi procurado pelo escravo Onésimo, que fugira de seu patrão Filemon em Colossos e procurou abrigo em Roma. Pela legislação judaica o escravo fugitivo não devia ser devolvido ao dono (Dt 23,16), diferente da lei romana que protegia o patrão. Então Paulo devolve Onésimo a a Filemon, cristão, e pede´lhe que pela caridade de Cristo, receba o escravo não mais como coisa, mas como um irmão. É a primeira declaração dos direitos humanos no cristianismo.

Carta aos Filipenses

Filipos era uma grande cidade fundada por Filipe II, pai do Imperador macedônio Alexandre Magno, e que o imperador romano Augusto transformou em importante posto avançado de Roma (At 16,12). Durante suas viagens Paulo esteve três vezes em Filipos, e fez fortes laços de amizade com os cristãos. Esta carta é chamada de ´a carta da alegria cristã´, por repetir 24 esta palavra, aos filipenses que sofriam perseguições, como ele na prisão. ´Alegrai´vos sempre no Senhor. Repito, alegrai´vos! ´ (Fl 4,1). Nada pode tirar a alegria daquele que confia em Jesus.

Carta aos Colossenses

Colossos era notável centro comercial, que ficava na Frígia, na Ásia Menor, a 200 km de Éfeso, próxima de Laodicéia e Hierápolis. Paulo esteve por duas vezes na região da Frígia. O motivo da carta são os pregadores de ´doutrinas estranhas´, provocando um sincretismo religioso, com elementos judaicos, cristão e pré´gnósticos. Paulo fala do primado absoluto de Jesus Cristo, numa linguagem que os gnósticos entendiam. O ponto alto da carta é o hino cristológico (1,15´20) que mostra Cristo como o primeiro e o último, o Senhor absoluto no plano da criação e da redenção.

Carta aos Efésios

Éfeso era a capital da Ásia romana, proconsular, famosa, onde se cultuava a deusa Artemis. Aí Paulo esteve durante três anos. A carta não trata de assuntos pessoais, mas teológicos. É um pouco parecida com a carta aos colossenses, a fim de combater os erros de doutrina que também alí começavam a surgir. Paulo mostra a importância da Igreja para a realização da obra de Deus. É a eclesiologia de São Paulo: ´Há um só corpo e um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só Deus e Pai de todos´.(Ef 4,4s). É de importância e beleza ímpar o prólogo da carta (Ef 1, 3´14), que apresenta um hino de ação de graças à Trindade.

As Epístolas Pastorais

As Cartas a Timóteo e Tito ´ São as cartas que Paulo escreveu a Timóteo (duas) e uma a Tito. No final de sua vida, na última ida ao oriente, antes de ser preso e enviado a Roma pela segunda vez, por volta do ano 65, Paulo deixou Timóteo em Éfeso e Tito na ilha de Creta, no mediterrâneo, como bispos. A carta é cheia de recomendações sobre o pastoreio das ovelhas, especialmente no combate às falsas doutrinas, além de dar as orientações sobre a organização da vida da Igreja, normas que até hoje são normas seguras para a indicação de diáconos, presbíteros e bispos. São cartas de um valor imenso para a Igreja.

A Carta aos Hebreus

Até 50 anos atrás se dizia que esta carta era de São Paulo, mas com os novos estudos, hoje já não se afirma o mesmo. Contudo, é uma carta canônica, é Palavra de Deus. O grande escritor cristão de Alexandria, Orígenes (†234) admitia que Paulo fora o autor da carta, mas não o redator, e assim explicava a diferença de estilo das demais cartas do apóstolo. Contudo, o conteúdo da Carta é paulino. A carta é dirigida aos hebreus convertidos ao Cristianismo, especialmente aos sacerdotes judeus convertido, ameaçados pela perseguição aos que começava por volta do ano 64 com Nero. Talvez esses sacedotes convertidos estivessem desanimados e tentados a voltar ao judaísmo. O autor da carta lhes escreve a fim de fortalecer´lhes a fé e a certeza na mensagem de Jesus Cristo. O objetivo da carta é mostrar a primazia da Nova Aliança em Jesus Cristo sobre a Antiga Aliança. Aparece aí uma verdadeira cristologia que mostra Cristo como homem e Deus. A carta foi escrita por volta dos anos 64´66. Devemos lembrar que em 70 o general romano Pompeu destruiu o Templo de Jerusalém; e, a partir daí não haverá mais os cultos judaicos em Jerusalém como eram antes.

As Epístolas Católicas

As Epístolas ditas católicas, ou ´universais´, são as sete: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1,2 e 3 João, e Judas. São chamadas de católicas (universais) porque não eram dirigidas apenas a uma comunidade, como as de Paulo, mas a muitas comunidades da Ásia Menor.

A Carta de Tiago

Escrita pelo apóstolo Tiago, menor, filho de Alfeu, ´irmão do Senhor´ , com quem Paulo se encontrou em Jerusalém. Não deve ser confundido com Tiago maior, irmão de S. João, que foi martirizado no ano 44, antes desta carta ter sido escrita. Tiago, autor da carta, se tornou famoso bispo de Jerusalém. A carta é dirigida ´às doze tribos da dispersão´ (1,1). Acredita´se que tenha sido escrita por volta do ano 50. Trata da importância das obras que é a frutificação da fé. Desta carta a Igreja compreendeu o sacramento da Unção dos Enfermos (5,14s).

As Cartas de João

Oss destinatários são os fiéis oriundos do paganismo. A primeira carta mostra que Jesus é o Messias, contra os falsos pregadores que negavam que a Redenção tinha acontecido pelo sangue de Cristo; era a influência do pré´gnosticismo, principalmente apresentadas por um tal Cerinto. Na mesma carta aparece a excelência do amor cristão, como a mensagem fundamental do Evangelho.

Na segunda carta de João, ele é chamado de ´ancião´, o que mostra a dignidade do autor, é o título que os discípulos lhe deram quando ele vivia em Éfeso. O assunto é o amor de Deus, o perigo dos ´anti´cristos´ já em ação, o amor à verdade, etc.

A terceira carta foi escrita a um certo Gaio, não identificado e o louva pelas suas belas ações em favor da Igreja.

A primeira Carta de Pedro

Os destinatários da primeira carta de São Pedro foram os cristãos da Ásia Menor (Ponto, Galácia, Capadócia, Bitínia, etc), convertidos do paganismo. O objetivo era fortalecer a fé cristã nessas comunidades que sofriam perseguições e tribulações. Mostra a fecundidade do sofrimento, e a grandeza da imitação da Paixão do Senhor. Fala da dignidade sacerdotal do povo cristão, da descida de Jesus à mansão dos mortos e sua Ascensão ao céu. Ensina´lhes a responder aos provocadores da fé com paciência e boa conduta. Pedro deve ter escrito em Roma nos anos 63´64.

As Epístolas de Judas e II Pedro

Judas é o ´irmão de Tiago´, primos de Jesus; segundo a tradição escrita por Egezipo, escritor judeu do século dois, ambos eram filhos de Cléofas, discípulo de Emaus (Lc 24). Judas escreve para cristãos oriundos do paganismo ameaçados por falsas doutrinas, o que era comum em toda a Ásia Menor, onde se negava a divindade de Jesus, injuriavam os anjos, zombavam das verdades pregadas pelos apóstolos e causavam divisões na comunidade. É o pré´gnosticismo presente na Igreja. A carta de Judas tem grande semelhança com a segunda de Pedro. A Segunda carta de Pedro tem grande afinidade com a de Judas; em ambas aparecem as mesmas expressões raras e as mesmas idéias, especialmente com relação aos falsos pregadores e falsas doutrinas. Por isso houve dúvidas sobre o verdadeiro autor de II Pedro, mas a tradição preferiu atribuir a Pedro esta carta.

O livro do Apocalipse

O imperador romano Domiciano (81´96) moveu forte perseguição aos cristãos, tendo deportado S. João, que era o bispo de Éfeso para a ilha de Patmos . Ao mesmo tempo os cristãos eram hostilizados pelo judeus e aguardavam a volta de Cristo, que não acontecia, para livrá´los de todos os males. Foi neste contexto que o Apóstolo escreveu o Apocalipse para confortar e animar os cristãos das já inúmeras comunidades da Ásia Menor. Apocalipse, em grego ´apokálypsis´(= revelação), era um gênero literário que se tornou usual entre os judeus após o exílio da Babilônia (587´535aC), e descreve os fins dos tempos onde Deus vai julgar os homens. Essa intervenção de Deus abala a natureza (fenômenos cósmicos), com muita simbologia e números. A mensagem principal do livro é que Deus é o Senhor da História dos homens, e no final haverá a vitória dos justos. Mostra a vida da Igreja na terra como uma contínua luta entre Cristo e Satanás, mas que no final haverá o triunfo definitivo do Reino de Cristo, triunfo que implica na ressurreição dos mortos e renovação da natureza material.

As calamidades que são apresentadas não devem ser interpretadas ao pé da letra. Deus sabe e saberá tirar de todos os sofrimentos da humanidade a vitória final do Bem sobre o Mal.

Infelizmente há muitos que querem interpretar a Bíblia ´a seu modo´, mesmo sem conhecer os gêneros literários, as línguas antigas, a história antiga, etc, e isto tem levado multidões a caminhar longe da verdade de Deus. Até ´tarô bíblico´ já se apresenta na TV; isto é, interpreta´se a Bíblia com o auxílio das cartas esotéricas do tarô ... Por tudo isso, e para que não acontecesse essas aberrações, e a Bíblia não ficasse sujeita à interpretação subjetiva de muitos, foi que Jesus deixou Pedro e os Apóstolos, hoje o Papa e os Bispos, sucessores dos Apóstolos, para interpretarem sem erro o que foi revelado sem erro. É o que chamamos de Magistério da Igreja, e que analisaremos à frente.

Pelo que foi dito acima você pode entender agora, o que disse, por exemplo Santo Agostinho:

´Eu não acreditaria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja.´ (Fund, 5, 6).

Não é fácil muitas vezes interpretar a Bíblia; é claro que há passagens que devem ser lidas ao pé da letra, como a que diz ´Isto é o meu corpo que é dado por vós´, mas muitos versículos são difíceis. O próprio S. Pedro recriminava os não preparados que, já no seu tempo queriam interpretar as Escrituras a seu bel prazer. É o que Pedro fala quando se refere às Cartas de S. Paulo, que já naquele tempo eram consideradas partes da Escritura:

´ ... como também vosso irmão Paulo vos escreveu, segundo o Dom de sabedoria que lhe foi dado. É o que ele faz em todas as suas cartas... Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras. ´ (2Pe 3,15´16)

Este ensinamento tão claro de S. Pedro mostra´nos que é uma temeridade cada um de nós ir interpretando a Bíblia a seu bel prazer, sem obedecer ao Sagrado Magistério da Igreja, a garantia que Jesus nos deixou. Se, para o próprio S. Pedro, que vivia ao lado de Paulo, que conhecia o Hebraico, as Escrituras apresentavam ´passagens difíceis de entender´, ora, imagine então para nós, que estamos a 2000 anos dos Apóstolos !... Por isso, é preciso prudência e obediência àquilo que a Igreja ensina. Não sejamos ´iluminados´ mais do que a Igreja é; os santos, nenhum deles, foi assim.

SANSÃO


OS DESCENDENTES TEM COMO SIMBOLOGIA


A história de Sansão apresenta muitos desafios para o leitor moderno. Muitas coisas parecem difíceis de entender, mostrando que, como disse Paulo, vemos "como em espelho, obscuramente" (1Co 13:12). Só depois da volta de Jesus veremos toda a cena.

Não obstante, mesmo vendo "como em espelho, obscuramente", podemos aprender muitas lições na história torpe de Sansão, sua esposa e Dalila.

Dalila nunca foi esposa de Sansão, mas existem muitas semelhanças entre a experiência que Sansão teve com a mulher com quem se casara antes e com Dalila, a mulher por quem ele mais tarde se apaixonou. (1) As duas eram filistéias. (2) as duas foram com sucesso procuradas pelos anciãos filisteus a fim de preparar armadilhas para Sansão. (3) Inicialmente, Sansão resistiu às tentativas de ambas mas, no fim, ele se rendeu a elas. Embora não tenha se casado com Dalila, foi o nome dela, e não o de sua esposa sem nome, que ficou associado ao de Sansão.

Prévia da semana: Sansão foi um homem a quem foram dados grandes dons e um chamado do Senhor. Ele também era homem de grandes paixões. Nesta história, o mais triste é que esses estavam em conflito.

O chamado de Sansão

1. Que evidência Manoá e esposa tiveram do seu chamado especial? Que condições acompanharam o chamado? Jz 13

Juízes 13 deixa muito claro que Sansão deveria desempenhar um grande papel em Israel, e que Deus planejava usar esse homem para fazer um trabalho especial: "começar a livrar" Israel dos filisteus (Jz 13:5). A palavra hebraica "livrar" vem de ysha, da qual surgem "Jesus" e a palavra hebraica "Salvador", Moshiah.

Naturalmente, Sansão teve um grande chamado. Também é claro que o chamado de Deus não torna infalível ou livre de pecado aquele que foi chamado.

2. Como a Bíblia descreve o início da juventude de Sansão? Jz 13:24 e 25

3. Que mudança a Bíblia relata sobre o caráter de Sansão? Jz 14:1-3 e 16:1

Embora o chamado de Sansão fosse solene, ele desenvolveu algumas perigosas fraquezas de caráter. As emoções de Sansão eram guiadas pelas aparências puramente físicas. Na primeira vez, ele disse aos pais: "Vi uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus; tomai-ma, pois, por esposa." (Jz 14:1 e 2). Mais tarde, ele viu uma prostituta em Gaza e foi passar a noite com ela (Jz 16:1). Cada vez em que deveria se concentrar na missão especial, cada vez em que deveria ter sido fiel a Deus, ele deixou que suas paixões o controlassem, e depois, ligou-se intimamente com os inimigos de Israel. Que ironia! Ele foi chamado para "livrar" Israel dos filisteus, e a coisa seguinte que sabemos é que se casou com uma filha deles.

Respostas sugestivas: Pergunta 1: A visita do anjo, a instrução do nazireado. Pergunta 2: Foi abençoado por Deus e chamado pelo Espírito do Senhor. Pergunta 3: Prepotência, sensualidade, secularismo, prostituição.

O que Deus "chamou" você a fazer? Que fraquezas de caráter o atrapalham no cumprimento desse chamado? Que promessas da Bíblia você pode reclamar para as vitórias que o habilitarão a fazer aquilo para o qual Deus o chamou?
O casamento de Sansão

4. Que erros Sansão cometeu com relação ao casamento? Jz 14

Aparentemente, Sansão visitava as cidades filistéias a oeste de sua casa. Ao que parece, ele também não tinha restrições a fazer alianças com as mulheres de lá que atraíam suas fantasias. Os israelitas tratavam os filisteus com desprezo e usavam a palavra incircunciso como sinônimo de pagão (1Sm 14:6), embora os filisteus os dominassem naquele tempo (Jz 14:4). As alianças de Sansão com mulheres não israelitas sem dúvida provocaram muita preocupação em seus pais, considerando especialmente as circunstâncias especiais de seu nascimento e chamado (vs. 3 e 4).

Desde o tempo anterior ao dilúvio, homens piedosos foram atraídos por belas mulheres descrentes e caíram na maldade (Gn 6:1-5). Salomão também se casou com muitas esposas estrangeiras que adoravam outros deuses. Elas eram de nações especificamente proibidas por Deus (1Rs 11:1 e 2). Essas alianças não foram só políticas: a Bíblia diz que "a estas se apegou Salomão pelo amor" (v. 2). Embora essas esposas hajam afastado seu coração para outros deuses, Salomão ainda adorava Yahweh, mas não com sinceridade (1Rs 11:4-6).

5. O que as ações dos filisteus mostram sobre a natureza daqueles com quem Sansão estava se associando?

O que vemos é um exemplo de como podem ser perigosas as influências erradas. Tome alguém com debilidades de caráter e ponha essa pessoa – não importando quão grande seja seu chamado divino – em um ambiente ruim, e os resultados podem ser muito dolorosos para todos.

Respostas sugestivas: Pergunta 4: Casamento com descrente; resistência ao conselho dos pais. Pergunta 5: Sansão sabia que eles estavam intentando o mal contra ele.

Pense cuidadosa e reverentemente nas influências ao seu redor, pelo menos aquelas que você pode controlar. Elas o ajudam em sua vida espiritual, ou servem de empecilho? Que mudanças você deve fazer?

A vingança de Sansão

Esse casamento parecia ir de mal a pior. Embora a esposa de Sansão o tenha "traído", não é difícil entender o medo dela. Afinal, veja o que seus patrícios ameaçaram fazer a ela e sua família (Jz 14:15). Talvez ela devesse ter dito a Sansão o que se passava e pedido sua ajuda e proteção. De qualquer modo, esse casamento mal-aconselhado não durou muito. A ira de Sansão e, depois, o abandono de sua esposa ergueram o palco para o sofrimento que viria.

6. Que razão foi dada para o retorno de Sansão à sua esposa? Jz 15:1. O que esse episódio nos diz sobre Sansão?

Embora apreciássemos encontrar motivo melhor para Sansão procurar sua mulher, o texto parece indicar que ele era movido mais por luxúria que por algum desejo de reconciliação matrimonial. Qualquer que fosse o motivo, ele obviamente não ficou contente ao descobrir que sua mulher tinha sido dada a outro. O casamento parecia estar tão corrompido naquela época quanto hoje.

7. Qual foi a reação de Sansão à perda da mulher? Jz 7:15

Obviamente, como suas ações mostram depois que sua esposa se casou com outro homem, Sansão tinha temperamento violento. E talvez, também, ele realmente amasse a esposa e tivesse ficado irado por ela estar com outro homem.

seguida, a matança de filisteus por Sansão também poderia ter ocorrido por amor à esposa; ou, talvez, ele agiu por sentimento de culpa, crendo que a queima do campo havia levado ao assassinato de filisteus. Qualquer que fosse a razão, muito sofrimento que poderia ter sido evitado teve lugar tão-somente porque Sansão, que sabia o que deveria fazer, permitiu que suas emoções e paixões assumissem o controle sobre ele.
Respostas sugestivas: Pergunta 6: Luxúria. Sansão era guiado pelos desejos carnais. Pergunta 7: Ateou fogo à seara dos filisteus e fez grande matança.

Sansão, zangado com a esposa, sai imediatamente. Imagine, porém, se ele tivesse mostrado alguma misericórdia, graça e perdão. Como as coisas poderiam ter sido diferentes? Tome tempo ao pé da cruz e entenda o perdão concedido a você por Jesus. Agora, aplique esse mesmo perdão à próxima pessoa que o deixar zangado.

Juízes 15 termina com a morte de mil filisteus pelas mãos de Sansão. "Depois da vitória de Sansão", escreveu Ellen G. White, "os israelitas o tornaram juiz, e governou Israel durante vinte anos." – Patriarcas e Profetas, pág. 564. Aqui, sem dúvida, vemos um indício de como Sansão devia "começar" a livrar Israel (Jz 13:5).

8. Que perigo correu Sansão ao visitar uma prostituta? O perigo foi só o risco de morte? Jz 16:1-3

Procurar os serviços de uma prostituta já era muito mau, mas procurar uma em meio aos inimigos? Sem dúvida, essa foi uma exibição de arrogância de sua parte. "Mas, apesar de seu pecado, a misericórdia de Deus não o abandonara." – Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 565. Sansão escapou com vida. Mas ele aprendeu a lição?

9. Em que tipo de relação entrou Sansão a seguir? Jz 16:4-6

Ao contrário das outras mulheres com que ele esteve, inclusive sua mulher (pelo menos a mencionada nas Escrituras), nos é dito que ele amou Dalila. Mas não parece que o amor era recíproco.

10. Que ciladas Dalila preparou para Sansão? O que esta história nos diz do poder do amor para cegar? Em sua opinião, por que Sansão não viu o perigo? Jz 16:5-20

Foi demasiado tolo da parte de Sansão envolver-se com outra mulher filistéia. Mas ele tinha a obrigação de ver logo que aquela mulher não lhe traria nenhum bem. No entanto, o poder do "amor" e da paixão foi tão forte que ele insistiu em manter a relação, apesar de ser óbvio que deveria ter fugido desde o começo.

Respostas sugestivas: Pergunta 8: O perigo da decadência espiritual era muito maior que o do ataque dos filisteus. Pergunta 9: Passou a viver com Dalila, outra mulher traiçoeira. Pergunta 10: Perguntou repetidamente o segredo de sua força. Sansão tinha uma paixão cega e destrutiva. Sua prepotência o impediu de perceber o perigo e fugir dele.

Com quanto cuidado você mantém suas emoções e paixões? Quantas pessoas "boas" arruínam a própria vida e a de seus amados por não controlarem as emoções? Qual é o melhor caminho para proteger-se dessa armadilha?

Cego de amor

11. Se você pudesse tirar uma lição moral da história de Sansão e Dalila, que fosse importante para nós hoje, qual seria, e por quê? Jz 16:16-31

Deus criou homens e mulheres desta forma e ordenou que se casassem como símbolo da unidade e proximidade que Ele busca manter com Sua igreja (Ap 21:2). A relação ideal deve levar cada cônjuge para mais perto de Deus, não afastar um ou o outro. Neste caso, podemos ver claramente como uma relação errada pode separar alguém do Senhor.

"Que mudança para aquele que fora juiz e campeão de Israel - agora fraco, cego, preso, rebaixado ao trabalho mais servil! Pouco a pouco, tinha violado as condições de sua vocação sagrada. Deus tinha tido muita paciência com ele; mas, quando se entregara tanto ao poder do pecado que traiu o seu segredo, o Senhor Se afastou dele. Não havia virtude alguma em seu longo cabelo, mas este era sinal de fidelidade para com Deus; e, quando sacrificou este símbolo na satisfação da paixão, perdeu também as bênçãos de que ele era um sinal." - Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 566.

12. Qual foi o fim da história de Sansão? Jz 16:20-31. A seu ver, este é um fim de derrota ou de vitória?

Lendo a história, podemos ver que Sansão, apesar dos erros que cometeu, não perdeu a fé, por mais defeituosa que fosse. E Deus ainda foi capaz de usar Sansão para cumprir Seus objetivos. Mas como teria sido melhor se Sansão tivesse sido fiel à verdade que conhecia! O fato de que Deus pôde cumprir Seus propósitos, apesar dos erros de Sansão, não justifica esses erros. Apenas mostra que Deus opera Sua vontade apesar de nós; como seria melhor se Ele operasse sua vontade por nosso intermédio!

Respostas sugestivas: Pergunta 11: É mortalmente perigoso brincar com o pecado. Pergunta 12: Deus não pôde cumprir Seu propósito de "começar a livrar" o Seu povo. Embora Sansão possa ser salvo (Hb 11:32), ele foi derrotado nos propósitos de Deus.

Sansão é mencionado em Hebreus 11:32 como seguidor fiel do Senhor. O que este fato nos diz sobre a graça de Deus? Que esperança você pode tirar desse fato?

PENSE SE VOCÊ FOSSE SANSÃO QUE PEDIDO FARIA A DEUS EM SEU ULTIMO PEDIDO?E RESPONDA!

Quem São os Filhos de Abraão?



Os muçulmanos, com aproximadamente 1,3 bilhões de adeptos, são encontrados em centenas de grupos étnicos diferentes ao redor do mundo e, possivelmente, três quarto das pessoas do mundo muçulmano não possuem antecedentes árabes. Contudo, o estilo de vida e cultura árabe de Maomé influenciou profundamente o islamismo.

A herança bíblica árabe é geralmente esquecida ou desconhecida por muitos. Talvez saibamos que Ismael se tornou um príncipe árabe e o fundador de muitas tribos árabes, porém, nosso conhecimento sobre a herança bíblica árabe é superficial.

Abraão é o pai de todos os que crêem. De acordo com as promessas de Deus, cada um é bendito ou maldito, dependendo da sua relação com o pai da fé. Ao longo da história, cristãos, judeus e muçulmanos buscam ostentar seu vínculo com o pai da fé.

A Bíblia é uma grande fonte de informações a respeito das genealogias árabes. E os árabes são um povo semita (descendentes de Sem), tanto quanto os judeus (Gn 10.21-32).

Segundo algumas fontes de pesquisa, existem, no mínimo, três tipos de árabes no Oriente Médio: os jotanianos (da linhagem de Jotão, filho de Gideão), os ismaelitas (da união de Abraão com Hagar) e os queturaítas (da união de Abraão com Quetura).

Todos querem pertencer à família de Abraão. Mas todos os árabes são descendentes de Ismael? Quem são os verdadeiros filhos de Abraão? Os árabes que afirmam ser descendentes de Abraão por meio de Ismael também estão incluídos nas promessas de bênçãos?

Vejamos o que a Bíblia diz.
A família de Abraão
Não podemos subestimar a importância de Abraão para as três grandes religiões monoteístas do mundo. Jesus era chamado “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1). O Alcorão menciona Maomé como alguém achegado a Abraão (Surata 3.68).

Deus chamou Abraão para sair de sua terra, dos seus parentes e dos seus pais, para uma terra que ele não tinha idéia de onde seria. E o prêmio da obediência, as bênçãos, seria endereçado a ele e a todas as nações da terra (Gn 12.1-3). A bênção ou a maldição dos povos dependia da posição que Abraão tomasse. A porta da restauração da humanidade perdida foi aberta com o “sim” dado pelo profeta a Deus.

Foi difícil para Abraão meditar sobre a bênção aos seus descendentes, visto que ele e sua esposa estavam idosos e, aos do patriarca, a possibilidade de ter um filho tinha se esgotado. Deus disse que seu filho seria o herdeiro, porém, a paciência de Sara se esgotou primeiro e, “tentando ajudar a Deus”, pediu a Abraão para tomar a serva egípcia Hagar para que a descendência de Abraão fosse iniciada (Gn 16.2). Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza, chegando a ponto de concordar que realmente deveria “fazer alguma coisa” para que a promessa de Deus se cumprisse.

Obviamente, esse “não” era o caminho que Deus planejara para dar uma descendência numerosa a Abraão. Imediatamente, começaram os problemas. Sara, a legítima esposa, passou a ser desprezada aos olhos de sua serva Hagar quando esta constatou a gravidez. Sara, então, culpa Abraão, que se isenta da responsabilidade deixando a escrava nas mãos de sua esposa que, por sua vez, maltrata tanto a escrava que Hagar decide fugir para o deserto com o filho.

Com a fuga da escrava, parecia que a história tinha se encerrado, mas Deus não abandonaria Hagar. Ele a amava e também a seu filho. O amor de Deus socorre Hagar no deserto. Um anjo é enviado para ajudá-la e convencê-la a voltar para as tendas de Abraão. Deus dá um nome para o filho da escrava: Ismael, que significa “Deus ouve”. Realmente, Deus ouviu o choro de Hagar!

A escrava obedeceu a Deus e voltou para sua senhora, permitindo que Abraão vivesse ao lado de Ismael. Enquanto o menino crescia, Abraão se alegrava, crendo que a promessa de Deus se cumpriria por intermédio daquele menino, porém, a surpresa bateu à porta daquela família. O filho da promessa ainda estava por vir e não seria filho de uma escrava, mas da própria Sara, ainda que, fisiologicamente, fosse algo impossível. Deus não tinha se esquecido da promessa. Nasceu Isaque e, agora, Ismael tinha um rival. Apesar de Isaque ser o filho prometido, isso não diminuía a tremenda bênção sobre Ismael. Ismael deveria ser abençoado, ser frutífero, multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas “extraordinariamente”. Ele seria pai de doze príncipes e não se tornaria apenas uma nação, mas “uma grande nação”.

A descendência de Ismael
Assim como houve doze patriarcas em Israel e doze filhos de Naor (Gn 22.20), assim também Ismael, considerado por muitos o patriarca dos árabes, gerou doze príncipes árabes.

Uma característica marcante na vida de Ismael era que ele seria como um “homem bravo” (ACF), “jumento selvagem” (NVI) (Gn 16.12). Ismael haveria de ser forte, selvagem e livre, e de trato difícil, desprezando a vida na cidade e amando sua liberdade a ponto de não ser capaz de viver com ninguém, nem com seus próprios parentes.

Ismael não desapareceu das páginas da história sagrada e muito menos ficou sem bênção, meramente por não pertencer à linhagem de Israel. Deus tinha um lugar e um destino reservados para ele. O Messias, da linhagem de Isaque, também seria o Salvador dos demais descendentes de Abraão e de todas as famílias da terra. Entretanto, os descendentes de Ismael se tornaram inimigos ferrenhos de Israel, descendentes de Isaque (Sl 83.1-18). E permanecem assim até os dias de hoje.

A Bíblia cita os doze filhos de Ismael e afirma que seus descendentes se estabeleceram na região que vai de Hávila a Sur (região Leste do Egito e região Norte do deserto de Sinai), na direção de quem vai para Assur (Assíria, região Norte do Iraque). Abraão habitou por um tempo nessa região. Foi também a habitação dos amalequitas e de outras tribos nômades (Gn 25.18; 1Sm 15.7; 27.8). Além da Bíblia, os assentamentos, como, por exemplo, os de Quedar, Tema, Dumá e Nebaiote também são conhecidos, há mais de dois milênios.

Nebaiote, o filho mais velho de Ismael, que, em hebraico, significa “frutificação”, era chefe tribal árabe (1Cr 1.29). Sua descendência continuou a ser conhecida por esse nome (Gn 17.20; 25.16). Uma curiosidade histórica é o fato de que a terra de Esaú ou Edom finalmente caiu sob o controle da posteridade de Nebaiote. Esse clã árabe era vizinho do povo de Quedar. Ambos os nomes aparecem nos registros de Assurbanipal, rei da Assíria (669-626 a.C.). Embora alguns estudiosos rejeitem a idéia, possivelmente eles foram os antepassados dos nabateus.

Os nabateus eram um povo árabe cujo reino se expandiu, no passado, até Damasco, capital da Síria, um país árabe. Perto do século 4o a.C., eles estavam firmemente estabelecidos em Petra, que atualmente é um sítio arqueológico, com ruínas e construções magníficas, localizado na Jordânia, que também é um país árabe.

Quedar, o segundo filho de Ismael, em hebraico significa “poderoso”. Alguns estudiosos dizem que essa palavra significa “negro” ou “moreno”, uma referência aos efeitos da radiação solar na pele das pessoas que habitam os desertos quentes do Sul da Arábia, onde vivem os beduínos. O interessante é que, no livro de Cantares de Salomão (1.5), a esposa diz que “é morena como as tendas de Quedar”. No Antigo Testamento, o termo Quedar é usado genericamente para indicar as tribos árabes — beduínos (Ct 1.5; Is 21.16,17; 42.11; 60.7; Jr 2.10; Ez 27.21). No Salmo 120.5, Quedar e Meseque se referem, metaforicamente, a certas tribos bárbaras. Eram negociantes, numerosos em rebanhos e camelos. Alguns deles eram ferozes e temidos guerreiros. Jeremias predisse o julgamento de Quedar, dando a entender que seria destruído por Nabucodonosor (Jr 49.28,29). Após serem destruídos parcialmente por Nabucodonosor e Assurbanipal, eles diminuíram em números e em riquezas e se dissolveram em outras tribos árabes. Os estudiosos muçulmanos, ao reconstruírem a genealogia de Maomé, fazem-no descendente de Abraão, de Ismael, por meio de Quedar. Sam Shamoun, apologista cristão, nega que Maomé seja descendente direto de Ismael, baseado em pesquisas geográficas e étnicas.

Em face de tudo isso, parece claro que a descendência de Ismael apresentou traços culturais, raciais e lingüísticos com algumas linhagens árabes existentes nos dias de hoje. Além disso, as próprias evidências históricas fortalecem a idéia de que os árabes são descendentes de Ismael, mas isso não significa afirmar que a totalidade dos árabes é descendente de Ismael.

Outras descendências
Descendentes de Jotão
Alguns árabes se referem a si mesmos como descendentes de Jotão (os árabes lhe chamam de Kahtan) e uma das tribos mais famosas que descendiam dele era Sabá, da qual os descendentes fundaram o reino de Sabá, no Iêmen, incluindo a renomada rainha de Sabá (chamada pelos árabes de Bilquis). A visita dessa rainha a Jerusalém, durante reinado de Salomão, é um exemplo de como o povo de Deus teve influência das “arábias”, mesmo nos tempos do Antigo Testamento. Salomão escreveu um dos salmos messiânicos (Sl 72), parcialmente, tendo Sabá em mente (veja os versículos 10 e 15). Jesus falou positivamente sobre a rainha de Sabá (Mt 12.42).

Aparentemente, pelo menos algumas das tribos semíticas adoravam o Deus de Sem, mesmo sem conhecê-lo inteiramente.

Descendentes de Ló
No final do capítulo 19 de Gênesis, observamos o aparecimento de duas linhas genealógicas, os moabitas e os amonitas.

Os moabitas foram descendentes de Ló e sua filha mais velha (Gn 19.30-37). Eles eram arrogantes e inimigos de Israel, mas Deus estava, mais uma vez, usando os babilônios como medida disciplinadora. Isaías (Capítulos15 e 16) e Jeremias (Capítulo 28) predisseram a queda de Moabe e a redução de um povo arrogante a um povo débil. Os moabitas viveram em sítios vizinhos aos seus irmãos amonitas.

Os amonitas eram descendentes de Amon, filho mais novo de Ló (Gn 19.38) e da sua filha mais jovem. Em Juízes 3.13, lemos que esse povo se mostrou hostil para com Israel. Uniu-se em ataque combinado a Israel com outros adversários do povo de Deus. A capital deles era Rabá. Posteriormente, essa cidade tomou o nome de Filadélfia, em honra a Ptolomeu Filadelfo. Atualmente, chama-se Aman, capital da Jordânia. A língua deles era semítica. Hoje, todas aquelas regiões são árabes.4 A raça amonita desapareceu misturada com outras raças semitas.

Embora não seja possível afirmar com precisão, podemos supor, juntamente com muitos estudiosos em genealogias, que há uma grande possibilidade de alguns árabes de hoje serem descendentes não somente de Ismael, mas também de Ló.

Descendentes de Esaú
Esaú, da linhagem de Isaque, teve como uma de suas esposas Maalate ou Basemate, irmã de Nebaiote, da linhagem de Ismael (Gn 28.9; 36.3). As “crianças de Isaque” estavam se misturando com as “crianças de Ismael”, nascendo assim outra linhagem genealógica. Com isso, nasce Reuel, que gerou Naate, Zerá, Samá e Mizá (Gn 36.13). Certamente, muitos árabes hoje apresentam suas genealogias oriundas dessa estranha, mas verdadeira fusão.

Outra descendência de Abraão
Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz que Abraão desposou outra mulher, Quetura, e com ela teve outros filhos. Abraão, já em idade avançada, criou outra família! Todos os filhos de Quetura, eventualmente, tornaram-se chefes das tribos árabes. Uma dessas tribos era Midiã; os midianitas se opuseram ao Israel do profeta Balaão, porém, nem todos os midianitas eram contra os hebreus. Moisés se casou com Zípora, a filha de Jetro (Êx 2.16-22), que também era chamado de sacerdote de Mídia. Jetro reconhecia o Deus verdadeiro e até mesmo deu bons conselhos a Moisés que agradaram a Deus (Êx 18). Os midianistas, certamente, tiveram alguma revelação de Deus por intermédio de seu pai, Abraão.

Portanto, vemos claramente que os árabes em geral, que reivindicam ter Abraão como pai, certamente pertencem à mesma família e estão ligados a Israel.

A revista Veja apresentou uma reportagem em que as várias populações judaicas não apenas são parentes próximas umas das outras, mas também de palestinos, libaneses e sírios. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há quatro mil anos. Em termos genéticos, significa parentesco bem próximo, maior que o existente entre os judeus e a maioria das outras populações. Quatro milênios representam apenas duzentas gerações, tempo muito curto para mudanças genéticas significativas. O resultado da pesquisa é coerente com a versão bíblica de que os árabes e os judeus descendem de um ancestral comum, o patriarca Abraão.

Os árabes de hoje e as bênçãos dadas à descendência de Abraão
Por conveniência, definimos os árabes como o povo que fala o árabe, como língua mãe, e que vive na península arábica e regiões circunvizinhas. Hoje, existem diferentes tipos de etnias dentro da região árabe. Algumas nações se tornaram árabes, pois foram arabizadas, como o Sudão e a Somália. Outras realmente descendem das linhagens dos antepassados. Mas, afinal, os ismaelitas (filhos de Ismael) são os árabes de hoje?

Flávio Josefo, historiador judeu, declara que Ismael é pai da nação árabe, conforme crêem os árabes. Segundo Josefo, não podemos descartar a profecia de Isaías, que diz que os ismaelitas adorarão o Messias.

Raphael Patai, um judeu, declara em seu livro, Semente de Abraão, que o termo “árabe” está contido nas mesmas inscrições com o termo “Quedar”, filho de Ismael, no século 9 a.C., nas epígrafes assírias. Patai também encontrou provas que mostram que os árabes foram sinônimos dos “nabateus”, descendentes de Nebaiote.

Em verdade, o mundo árabe hoje é oriundo de um mosaico de etnias, haja vista as diferentes genealogias formadas no decorrer da história. Talvez, Mahmud, Hassan ou quaisquer outros árabes, sejam descendentes de Ismael, por intermédio da descendência de Nebaiote ou Quedar, ou até mesmo por Ló, ou pela nova família de Abraão com Quetura. Não podemos também descartar a possibilidade de os árabes serem descendentes da fusão entre as crianças de Isaque com as de Ismael ou até mesmo por intermédio de Jotão. Em todas essas possibilidades, encontramos a genética do pai Abraão.

A promessa de Deus a Abraão foi clara e específica: “O seu próprio filho será o seu herdeiro” (Gn 15.4). Mas a grande questão é a seguinte: esta promessa de descendência deve ser entendida em termos raciais ou espirituais?

O apóstolo Paulo esclarece a questão em sua carta aos gálatas: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. A Escritura não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente, que é Cristo” (Gl 3.16).

Todas as promessas feitas a Abraão são cumpridas em Jesus. É por meio do maior Filho de Abraão, Jesus, que a bênção falada em Gênesis alcançará os povos do mundo. A linhagem racial se torna minúscula quando sabemos que podemos ser herdeiros de Abraão, ainda que não sejamos árabes ou judeus.

Jesus nasceu no tempo determinado por Deus (Gl 4.4), como o “descendente” de Abraão. A relação que temos com Jesus se torna fator determinante se pertencemos realmente a Deus ou não.

Paulo resume isso definitivamente ao declarar: “Se vocês são de Cristo, são descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.26,27, 29).

Louvamos a Deus, pois milhares de árabes encontraram Jesus nestes últimos tempos. E na Bíblia, além dos versículos já mencionados, existem muitos outros que nos dão a esperança de que os árabes, eventualmente, serão salvos. Isaías 60.6,7 relata sobre um tempo em que a glória do Senhor será manifestada: “A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá [os descendentes de Abraão por intermédio de Quetura]; todos virão de Sabá [descendentes de Jotão]; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do SENHOR. Todas as ovelhas de Quedar [descendentes de Ismael] se reunirão junto de ti; servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para o meu agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei mais gloriosa a casa da minha glória”.

Finalmente, quando olhamos para o Novo Testamento, lá estavam os árabes no dia de Pentecoste (At 2.11). Deus, realmente, quer que sua mensagem alcance os árabes, porque Allahu Mahabba — “Deus é amor”.

Temos de acreditar que Deus salvará os árabes, seja qual for a sua descendência. Que os milhões de árabes possam ser realmente inseridos na descendência espiritual de Abraão, por intermédio de Jesus, e que a igreja evangélica seja capaz de reconhecer e compreender as promessas dirigidas a esse povo.

O nascimento de Ismael
“Ora Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar.

“E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.

“Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.

“E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.

“Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti; minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos; o SENHOR julgue entre mim e ti.

“E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face. E o anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.

“E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos.

“Disse-lhe mais o anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será.

“Disse-lhe também o anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome Ismael; porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.

“E ele será homem feroz, e a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.

“E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?

“Por isso se chama aquele poço de Beer-Laai-Rói; eis que está entre Cades e Berede.

“E Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Agar tivera, Ismael.

“E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu à luz Ismael” (Gn 16.1-16)
Segundo o Antigo Testamento, midianitas (ou madianitas) são descendentes de Abraão e sua esposa Quetura, que este desposou após a morte de Sara. Os filhos deste segundo casamento, entre eles Midiã, foram enviados para uma terra distante, longe de Isaque, o assim chamado filho da promessa.

Tais descendentes de Abraão, então, deram origem à tribo dos midianitas, que mais tarde são mencionados em conjunto com os ismaelitas (também descendentes de Abraão, porém através de sua escrava egípcia - Hagar - que lhe deu um filho a quem deu o nome de Ismael, e que foi enviado ao deserto com uma promessa de Deus de que também seria uma grande nação).

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Midianitas"