domingo, 28 de dezembro de 2008

JACÓ ABENÇOA OS FILHOS DE JOSÉ


Capítulo 48 Lemos em Hebreus 11:21 que: "Pela fé Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José, e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou." Este capítulo nos dá outra oportunidade para vermos a maturidade espiritual de Jacó. Ele mudou muito desde a sua juventude, e seu exemplo nos mostra como a vida espiritual envolve crescimento e desenvolvimento. A vida espiritual não é uma experiência emocional que acontece num momento, mas é descrita na Bíblia como andar no Espírito. Em 2 Pedro 3: 18 lemos: "Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." Quando Jacó era jovem, havia preponderância do que chamamos de "a velha natureza". Assim como aconteceu com ele, devemos esperar o crescimento e amadurecimento do fruto do Espírito em nosso caráter. Mas rendamos graças a Deus por isto ser possível em nossas vidas, e pela paciência que Ele tem conosco. Também podemos agradecê-lo porque ele não interfere, como talvez nós faríamos, para forçar o desenvolvimento. Ele foi paciente com Jacó, e é paciente conosco. José, ocupado com os negócios de Estado, foi correndo visitar seu pai quando soube que ele estava enfermo, e levou consigo seus dois filhos, Manassés e Efraim. Israel esforçou-se e assentou no leito para recebê-lo. Estes detalhes nos indicam o grande amor de José para com seu pai, e o respeito que tinha de seu pai. Para Jacó, José era seu filho predileto, praticamente ressuscitado e elevado a um glorioso posto. José, ainda, havia salvo toda a sua família de uma fome calamitosa. Isto fez Jacó refletir na maneira como Deus encaminhou as circunstâncias da sua vida e lembrar-se da ocasião em que Deus apareceu novamente para ele em Luz, que ele chamou Betel (capítulo 35:9-15), quando voltava de Padã-Arã, e o abençoou prometendo que faria dele uma multidão de povos, e daria a terra de Canaã à sua descendência em possessão perpétua. Em sua juventude, Jacó pensava que era esperto e que conseguiria tudo mediante seus próprios esforços e artimanhas, mas agora, com a experiência de sua longa vida, ele demonstra que confia em Deus para o cumprimento de sua promessa. A promessa de Deus feita aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, percorre a Bíblia inteira e tem três aspectos: 1 - a nação 2 - a terra 3 - a bênção Os primeiros dois são os que Jacó cita para José. Mas o terceiro é o aspecto mais importante para nós: em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra (capítulo 28:14). Dois terços da promessa, feita mais de quatro milênios atrás, já foram cumpridos (1 e 3) faltando apenas um terço (2) pois os descendentes de Israel ainda não possuem a terra prometida em perpetuidade. Quando lhes for dada pelas mãos de Deus, viverão em paz, segurança e tranqüilidade (Isaías 32:17,18). Nesta ocasião Jacó adotou como seus filhos diretos os dois filhos de José, que passaram a ter os mesmos direitos que seus próprios filhos, assegurando assim a José uma porção dobrada da sua herança. Em conseqüência, cada um dos dois netos formou uma tribo. Disto deduziríamos que haviam treze tribos em Israel, pois Jacó tinha outros onze filhos. Acontece, porém que os descendentes de Levi não eram considerados como uma tribo, tendo sido dedicados ao serviço de Deus, ministrando como sacerdotes entre as tribos. Jacó em seguida se lembra da sua querida esposa Raquel, mãe de José, da sua morte e sepultura próximo a Belém (ainda está lá). Quando José fora vendido como escravo, Jacó pensara que ele estava morto e chorara por ele (Gênesis 37:30). Mas eventualmente o plano de Deus permitiu a Jacó não só ver seu filho outra vez, mas também seus netos. Nossas circunstâncias nunca são tão ruins a ponto de não podermos alcançar a ajuda de Deus: Jacó recebeu seu filho de volta, Jó uma nova família (Jó 42:10-17), Maria seu irmão Lázaro (João 11:1-44). Nunca devemos nos desesperar, pois pertencemos a um Deus amoroso. Nunca sabemos o bem que Ele pode fazer surgir de uma situação que nos parece sem esperança. José trouxe seus filhos a Jacó para que ele os abençoasse. Aquele sobre quem ele colocasse sua mão direita receberia a benção principal. Como profeta de Deus, Jacó sabia que o mais novo, Efraim, teria preeminência sobre seu irmão mais velho: outra vez não seria exercido o direito à primogenitura. Sem saber disso, José colocou Manassés do lado direito de Jacó. Mesmo sem poder ver (pois como Isaque, Jacó havia perdido a visão em sua velhice, possivelmente devido a cataratas), Jacó percebeu quem era quem e simplesmente cruzou seus braços para que sua mão direita repousasse sobre Efraim. É interessante ver quantas vezes Deus não mantém o direito da primogenitura; embora ele conste da sua lei (Deuteronômio 21:17), este direito é uma convenção que vem desde os tempos mais antigos, pela qual o filho mais velho recebe toda, ou a maior parte da herança paterna, junto com a responsabilidade de cuidar pela sua mãe viva e irmãs solteiras. Deus não se prende a estas convenções. Ao abençoar José, Jacó faz a primeira referência a Deus como Pastor (sustentou no original é pastoreou) nas Escrituras: ele agora distinguia claramente como Deus havia cuidado dele através da sua longa e atribulada vida. Também declara que o Anjo era Deus (capítulo 16:10), uma teofania do Filho de Deus, que dois milênios mais tarde nasceu entre nós como Jesus Cristo. A palavra traduzida livrado também aparece pela primeira vez, significa salvar, remir, ou agir como libertador (Êxodo 6:6, Levítico 27:13, Rute 4:4, Isaías 59:20), o que Deus é para todo aquele que crê em seu Filho. Mesmo desagradando a José, Jacó colocou o nome de Efraim adiante do de Manassés. Séculos mais tarde vemos o cumprimento desta profecia pois: a tribo de Manassés marchou debaixo do estandarte de Efraim no deserto (Números 2:18-24). Josué, líder do povo de Israel depois de Moisés, veio da tribo de Efraim. depois da divisão do reino nos tempos de Jeroboão, a tribo de Efraim (como predito no versículo 19) tornou-se tão predominante no reino do norte, que seu nome foi identificado com Israel (Isaías 7:2; Oséias 4:17; 13:1). Jacó deu aos filhos de José por herança mais terras em Canaã do que seus outros filhos teriam. Este foi um presente pessoal de um declive montanhoso onde estava Siquém (Josué 24:32) perto de Sicar na futura Samaria (João 4:5). Jacó primeiro comprou o terreno de um amorreu, depois teve que retomá-lo à força. Hoje é disputado entre os palestinos e o país de Israel (West Bank).