domingo, 28 de dezembro de 2008




Segundo a Bíblia e o Alcorão, Adão e Eva foram o primeiro casal criado por Deus. Adão (do hebraico אדם relacionado tanto a adamá, "solo vermelho", quando a adom, "vermelho", e dam "sangue") é considerado dentro da tradição judaico-cristã e islâmica como o primeiro ser humano, uma nova espécie criada diretamente por Deus. Teria sido criado a partir da terra à imagem e semelhança de Deus para domínio sobre a criação terrestre. Tal como Adão, Eva também foi criada directamente por Deus. Diz a narrativa que Deus teria tomado uma costela (ou um "lado" de acordo com a tradução de Rashi) de Adão enquanto este encontrava-se em sono profundo. O nome Eva deriva do hebraico hav.váh, que significa "vivente", e teria sido dado pelo próprio Adão. No grego, é vertido por zoé, que significa "vida", e não bios. Nisto estará implícito a ideia da maternidade. O papel atribuído à mulher era de uma ajudadora e complemento do homem, e a expressão "têm de tornar-se uma só carne", denota o tipo de vínculo que deveria existir entre marido e mulher. (Génesis 2:18, 20-24) Eva, e mais tarde Adão, teriam comido o fruto proibido por Deus, da árvore da ciência (do "conhecimento do bem e do mal"), e após o ocorrido, de acordo com a tradição cristã toda a humanidade ficou privada da perfeição e da perspectiva de vida infindável. Surgiria para os cristãos aqui a noção de pecado herdado - tendência inata de pecar - e a necessidade de um resgate da humanidade condenada à morte. Após comerem do fruto proibido, Adão e Eva tiveram ciência de que andavam nus e, por isso, esconderam-se ao notar a presença de Deus no Jardim do Éden.Deus os expulsou do jardim do Éden, e os deu roupas de pele animal. Adão e Eva foram pais de Caim, Abel, Sete, e mais outros filhos e filhas. Segundo Gênesis 5:5, Adão teria vivido 930 anos, alcançando até Lameque, pai de Noé, a oitava geração de sua descendência. De acordo com a visão rabínica, o homem, ao ser criado à imagem e semelhança de Deus, estaria sendo assim um microcosmo das forças da criação, argumento do qual se ocupa maior parte da Cabala. Para Maimônides, apenas o homem apresenta livre-arbítrio um atributo considerado divino. Rashi explica que a imagem e semelhança trata-se de um arquétipo conceitual, modelo ou plano que Deus teria feito para o homem e incorporado no que é chamado de homem primordial Adam Kadmon. A Igreja Católica, assim como muitas outras religiões chamadas cristãs, condena o poligenismo, ou seja, que teriam existido vários casais humanos que deram origem a todo o resto da humanidade. A Igreja não condena, entretanto, a teoria da evolução, pois a forma com que surgiu a matéria corpórea não faz parte do depósito de fé da Igreja. A Igreja deixa aberta esta discussão, segundo a Carta Encíclica Humanis Generis, desde que o fiel creia que em algum momento Deus concedeu ao homem uma alma, que o diferenciou dos outros animais. Ainda segundo a Carta Encíclica Humanis Generis, o poligenismo não está em discussão, visto que esta idéia não se harmoniza com a explicação do pecado original, que foi cometido por apenas um homem. Sendo assim, a Igreja ensina a todos os fiéis que Adão e Eva são verdadeiramente os únicos primeiros pais da humanidade, criados por Deus, a quem Ele concedeu uma alma, e que foram criados em estado de graça, mas que havendo o desejo de tornarem-se como o seu criador, pecaram por desobediência e foram destituídos da graça santificante, fazendo com que toda humanidade caísse. Esta graça, segundo o que ensina a Igreja Católica, foi concedida novamente através do Batismo estabelecido por Cristo. Ainda há outras correntes cristãs, que acreditam numa leitura mais literal da Bíblia, e portanto também crêem na existência real dos personagens Adão e Eva, assim como mencionados no relato da criação Devido ao fato de Eva ter partilhado com Adão o fruto da árvore proibida, justificou-se por longos anos no Cristianismo e no Judaísmo uma suposta inferioridade da mulher. Principalmente porque, após o pecado original, Deus disse que a mulher seria governada por seu marido. Embora haja poucas informações na Bíblia sobre a vida da personagem Eva, é a mulher quem se faz presente na maioria dos diálogos do livro de Gênesis sobre a vida do primeiro casal da humanidade. Após ser expulsa do Paraíso, Eva demonstra fé e gratidão a Deus em suas palavras proferidas na ocasião do nascimento do primeiro e do terceiro filho. Assim, quando Caim nasce, Eva diz: Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR. (Gênesis 4:1) As palavras de Eva, proferidas com o nascimento de Sete, demonstram fé e esperança, enquadrando a mulher no papel de companheira auxiliadora do homem, que estabelece um relacionamento de proximidade com Deus. De acordo com o Livro dos Jubileus, Adão e Eva teriam passado sete anos no Paraíso, antes de serem tentados pela serpente, e expulsos do Éden. E de acordo com O Primeiro Livro de Adão e Eva, eles quando saíram do jardim, receberam a ordem de habitarem numa caverna, que foi chamada de A Caverna dos Tesouros. O livro diz que eles sofreram muito após terem saído do jardim, principalmente no primeiro ano após a expulsão; por várias vezes tentaram cometer suicídio ou retornar ao Paraíso, até que tiveram os primeiros filhos (Caim, Abel e suas irmãs - não mencionadas na Bíblia). Conforme O Primeiro Livro de Adão e Eva, o casal teria se arrependido amargamente, e alcançado perdão; e por várias vezes receberam de Deus a promessa de um resgate, de um redentor que nasceria na semente humana, para resgatar sua descendência, e essas promessas os consolavam. Enfrentaram a hostilidade de Satã, que tentava matá-los, e os enganava transformando-se em anjo de luz, e dizendo-lhes ser um mensageiro celestial, incubido de lhes trazer mensagens divinas. Mesmo estando fora do jardim, Adão e Eva ouviam a voz de Deus, que sempre lhes enviava sua palavra, respondendo suas indagações. Os apócrifos Vida de Adão e Eva e O Segundo Livro de Adão e Eva, dizem que o patriarca Adão morreu primeiro do que Eva , que continuou viva após a morte do primeiro homem. E o Livro "A História do Universo", diz que o jovem casal eram perfeitos em beleza e formosura Segundo os versos de 3 a 5 do capítulo 5 de Gênesis, Adão teria sido pai de Sete aos 130 anos e viveu 800 anos gerando filhos e filhas. A arqueologia, paleontologia e antropologia, estabelecem o aparecimento do Homo sapiens sapiens (o homem moderno), há cerca de 160 mil anos, num período geológico muito recente, a partir da África, no Vale de Omo, no Sudoeste da Etiópia. A evolução biológica da espécie humana seria o resultado da adaptação do Homo erectus (o antepassado do homem moderno) ao meio em que vivia. Desde então, o Homo sapiens teria evoluído, multiplicando-se cada vez mais, tornando-se na espécie dominante do Planeta. Os pormenores sobre esta árvore são muito escassos no texto bíblico. Refere-se apenas a sua localização central no Jardim do Éden e que o primeiro casal humano foi impedido de alcançar esta árvore após terem desobedecido ao mandamento divino. Foram assim expulsos desse jardim ou paraíso original. Como forma de impedir que, tanto Adão e Eva, como provavelmente a sua descendência voltassem a entrar no Jardim, e consequentemente tomarem dos frutos da Árvore da Vida, a Bíblia refere que Deus colocou criaturas sobre-humanas, designadas por querubins, que possuíam uma espada de fogo que se revolvia continuamente. Segundo o relato bíblico, esta árvore já havia sido colocada no jardim antes da criação do primeiro homem, Adão. Muitos comentaristas afirmam que esta árvore não possuiria qualidades intrinsecamente vitalizadoras nos seus frutos, mas seria um símbolo representativo da garantia de vida eterna, da parte de Deus, para aqueles a quem Ele permitisse comer do fruto dela. Visto que Deus colocou essa árvore ali, crê-se que o objectivo seria permitir a Adão que comesse do seu fruto, talvez após ficar provada a sua fidelidade ao ponto que Deus julgasse satisfatório e suficiente. Quando Adão desobedeceu, foi-lhe cortada a oportunidade de comer daquela árvore, impedindo-o a ele e à sua descendência de alcançar a vida eterna. A Bíblia faz referência directa a esta árvore apenas no primeiro e no último livro: Génesis 2:9 "Jeová Deus fez assim brotar do solo toda árvore de aspecto desejável e boa para alimento, e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau." - NM - Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, (1986) Génesis 3:22-24 "Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida." - Almeida, Versão Corrigida e Fiel No último livro da Bíblia, o Apocalipse ou Revelação, ao se mencionarem sete cartas enviadas por Jesus Cristo a igrejas ou congregações em sete cidades, faz-se a seguinte referência concernente aos cristãos em Éfeso: Revelação ou Apocalipse 2:7 "Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei de comer (do fruto) da árvore da vida, que se acha no paraíso de Deus." - Bíblia Avé Maria Apesar de não terem associação com esta árvore do Jardim do Éden, existem outras referências simbólicas a árvores frutíferas, de folhas curativas, mencionadas nas visões registadas por Ezequiel e por João, em Ezequiel 47:7, 12 e Revelação 22:2, 14. No livro de Provérbios surge a expressão "árvore de vida" associada com a verdadeira sabedoria, com os frutos do justo, com a realização de uma coisa desejada, e com a calma da língua (Provérbios 3:18; 11:30; 13:12; 15:4). [editar] Referências a uma Árvore da Vida em diversas culturas Diversos povos antigos possuem histórias mitológicas que fazem recordar a descrição bíblica de um paraíso terrestre original, o Jardim do Éden. Inscrições em argila, selos cilíndricos, folhas de papiro, monumentos, e outras evidências similares, foram descobertos contendo os conceitos religiosos de povos que, embora vivessem em locais geográficos distintos e possuíssem crenças divergentes, ainda assim possuíam lendas de um Éden. Sobre este assunto, o arqueólogo Sir Charles Marston, no seu livro The Bible Comes Alive (A Bíblia Ganha Vida) observa: "Ao examinar os antigos escritos cuneiformes, alguns anteriores a Abraão, e os selos gravados e esculturas em pedra de Babilónia, Assíria e de outras civilizações primitivas, revela-se-nos notável inclinação da evidência. Até mesmo da proporção comparativamente pequena dessas relíquias de um passado remoto que chegam a nossa atenção, derivamos a impressão de que as histórias da Criação, da Tentação e da Queda do Homem [...] conforme descritas no Génesis, eram então assunto de conhecimento actual. E que, talvez num ambiente politeísta, eram ensinadas nas escolas de Ur dos Caldeus." Alguns escritos religiosos da antiga Caldeia afirmam que: "Próximo de Eridu havia um jardim em que havia misteriosa Árvore Sagrada, uma Árvore da Vida, plantada pelos deuses, cujas raízes eram profundas, ao passo que seus ramos atingiam o céu, protegido por espíritos guardiões, e sem nenhum homem entrar." John Elder, no seu livro Prophets, Idols and Diggers (Profetas, Ídolos e Escavadores), comenta: "Na antiga literatura babilónica há frequentes referências à Árvore da Vida, tal como mencionada em Génesis 2:9. Representações da árvore são frequentes em baixos-relevos e selos de alabastro. Seus frutos supostamente conferiam vida eterna aos que comessem deles. Certa impressão em um selo cilíndrico entre as encontradas parece ser gravura da tentação e da Árvore da Vida. As memórias assírias de um Éden não eram muito diferentes das de Babilónia. Entre estas destaca-se uma "árvore sagrada" ou "árvore da vida". Uma árvore sagrada guardada por duas criaturas aladas aparece com frequência nas esculturas encontradas nos seus palácios. Em alguns casos, as criaturas aladas são meio animais e meio humanas. Estas representações míticas são talvez lembranças da referência bíblica à existência de querubins "para guardar o caminho para a árvore da vida", em Génesis 3:24. Os antigos egípcios, também possuíam lendas similares sendo que numa delas se apresentava a crença de que, depois do Faraó morrer, havia uma árvore da vida da qual teria de comer para se sustentar no domínio do seu pai, Rá. Há muitas outras raças cujas crenças e mitologias se acham entremeadas com características semelhantes ao Éden bíblico. O livro The Migration of Symbols (A Emigração de Símbolos), de G. d’Alviella, possui um capítulo, com mais de cinquenta páginas, devotado aos simbolismos e à mitologia associados com árvores sagradas. O texto e as suas numerosas ilustrações fornecem indícios de reflexos da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal nas crenças dos fenícios, sírios, persas, gregos, sicilianos, maias, aztecas, javaneses, japoneses, chineses e indianos. Por exemplo, menciona-se nesse capítulo "que os persas possuíam uma tradição duma Árvore da Vida, a haoma, cuja resina conferia a imortalidade". Também "que a crença numa Árvore da Vida existia entre os chineses. As tradições mencionam sete árvores maravilhosas. [...] Uma delas, que era de jade, conferia a imortalidade pelo seu fruto". Relata ainda que a mitologia escandinava menciona uma árvore sagrada chamada Yggdrasill, sob uma das raízes da qual se dizia manar uma fonte em que residiam todo o conhecimento e toda a sabedoria. Outra lenda fala duma deusa que guardava numa caixa as Maçãs da Imortalidade, das quais os deuses partilhavam a fim de renovar sua juventude. Quanto à mitologia grega, o livro Manual of Mithology, de A. S. Murray, refere na página 173: "Acreditava-se que os Jardins das Hesperides, com as maçãs de ouro, existiam numa ilha do oceano [...] Eram muito famosos na antiguidade; pois era lá que fluíam as fontes de néctar, pelo divã de Zeus, e ali que a terra exibia as mais raras bênçãos dos deuses; era outro Éden" Muitos dos nativos de Papua, no Pacífico, crêem numa árvore invisível na qual, e ao redor da qual, todos os que levaram vidas boas, antes de morrerem, vivem eternamente, felizes e livres de preocupações. Harold Bailey, no seu livro The Lost Language of Symbolism, relata sobre as Américas: "Há um manuscrito mexicano no Museu Britânico em que são representadas duas figuras colhendo os frutos da chamada "Árvore de Nossa Vida". Os maias e outros povos da América Central sempre representaram suas árvores sagradas com dois ramos partindo horizontalmente do alto do tronco, assim apresentando a semelhança duma cruz [...] e os primeiros missionários espanhóis no México verificaram, para sua grande surpresa, que a cruz já se achava em uso ali "como simbolizando uma Árvore da Vida".